9 aspectos de design que podem ajudar a saúde física e mental de hospitalizados – Fast Company Brasil
Muito antes de a pandemia evidenciar a necessidade de um bom sistema de ventilação, designers já se preocupavam com
Muito antes de a pandemia evidenciar a necessidade de um bom sistema de ventilação, designers já se preocupavam com a forma como os ambientes afetam o bem-estar e a saúde mental das pessoas.
Durante o século XX, o design de hospitais passou por uma profunda mudança. Eles costumavam ser um centro apenas para o tratamento de doenças e lesões, ou ambientes muito associados à morte.
Em meados do século, graças aos avanços médicos e tecnológicos e ao crescimento, desenvolvimento e profissionalização de abordagens diversificadas, os hospitais tornaram-se centros de saúde. Hoje em dia, não oferecem apenas tratamento para doenças e enfermidades. São, sobretudo, instituições de promoção de saúde física e psicológica e centros de recuperação.
Os pacientes passaram a esperar mais do que apenas tratamento; e a mudança de foco e abordagem clínica fez seu design seguir os mesmos passos.
AMBIENTES DE CURA
Para criar ambientes de cura, foram feitos avanços significativos, que contribuem para o processo de recuperação. O conceito de ambiente de cura coloca o paciente no centro do design hospitalar. Além de suas necessidades clínicas, as psicológicas e mentais também devem ser levadas em consideração no processo de design.
Pesquisas empíricas mostram que a luz natural, o contato com a natureza e um ambiente interno agradável promovem uma sensação de bem-estar que ajuda na recuperação do paciente. Os aspectos físicos do hospital podem contribuir positivamente para sua saúde e bem-estar mental.
O pesquisador de design Roger Ulrich estuda como ambientes físicos e sociais em hospitais podem afetar o bem-estar dos pacientes, inclusive reduzindo o estresse. Ele chama essa teoria de “design de suporte”.
Cada um desses elementos pode ser visto como uma oportunidade para melhorar o que é conhecido como experiência espacial do paciente. De acordo com essa teoria, todos os desafios e considerações para melhorar o ambiente de saúde podem ser classificados em três esferas principais: percepção de controle, suporte social e distração positiva.
A distração positiva também pode ser estimulada ao permitir que pacientes tragam pertences pessoais para o quarto do hospital, como uma planta pequena, travesseiro, cobertor ou seus próprios materiais de leitura e de artesanato. Pacientes, familiares, cuidadores e funcionários podem contribuir muito para criar um ambiente de cura.
DESIGN COMO PARTE DO PROTOCOLO HOSPITALAR
Com mais recursos, os profissionais de saúde têm acesso a mais ferramentas para melhorar o bem-estar dos pacientes graças a pequenas mudanças de design, que podem ser incorporadas aos protocolos hospitalares. Por exemplo, colocar uma lousa na parede do quarto permitiria que famílias, pacientes e funcionários desenhassem ou escrevessem mensagens positivas.
Para reforçar a sensação de controle, a equipe do hospital poderia escrever o nome do paciente no vidro da janela com uma carinha sorridente do lado para ajudá-lo a encontrar seu quarto.
Para oferecer suporte social, os gestores podem disponibilizar Wi-Fi ou telefone em todos os ambientes do hospital. Cortinas ou persianas também podem oferecer privacidade para quem prefere se comunicar em particular com a equipe médica ou seus familiares.
Embora cuidadores, funcionários e familiares possam ajudar a melhorar a experiência espacial do paciente, os designers também devem incluí-los no processo. Assim, o design estará mais conectado com o papel de cada no tratamento, o que resultará em ambientes hospitalares melhores.
SOBRE O AUTOR
Mohsen Rasoulivalajoozi é candidato a PhD no Programa Individualizado da Faculdade de Belas Artes da Concordia University. Golriz Farz… saiba mais