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O que podemos aprender com o redesign de marcas – Design Culture

Nesta Quarta Feira (11/05) o Instagram anunciou seu novo logo totalmente redesenhado, assim como uma interface mais limpa e simples. As

O que podemos aprender com o redesign de marcas – Design Culture

Nesta Quarta Feira (11/05) o Instagram anunciou seu novo logo totalmente redesenhado, assim como uma interface mais limpa e simples. As mudanças, desta vez, surpreenderam, dividindo opiniões e sendo alvo de memes e brincadeiras pelos vales da internet brasileira. O que não surpreendeu mesmo, foi a baixa aceitação dos usuários do app. Mas, fica uma questão: o que eu devo levar em consideração antes de carimbar um projeto com o meu GOSTEI/NÃO GOSTEI?
Ícone do Instgaram
 
O ano de 2016 parece ser o ano do redesign de logotipos. Marcas bem consolidadas estão tendo mudanças significativas em sua Identidade Visual. Os casos sempre surpreendem e na maioria das vezes, causam estranhamentos.  Em um curto período de tempo, houve redesign da OI, HP, TIM, Uber, GOL e o mais recente visual do Instagram.
A primeira coisa que devemos ter em mente é que todos esses casos são de empresas bastante conhecidas e que, a maioria, tem muito tempo no mercado com um branding forte e bem estabelecido. Numa mudança radical, assim de repente, causar estranhamento é natural. Nossa mente tenta receber o novo e se adequar a ele, mas pra isso, tem que sufocar a visualidade que você passou anos acostumado e que já tinha por comum.
Novo logo da OI 2016
 
O caso da OI, por exemplo.
Você provavelmente não gostou. Ou gostou? Bem, foi um projeto bastante discutido e que dividiu muita gente. É claro que já convivíamos com o antigo logo da OI há anos, um branding consistente, forte. E então tudo muda. E quando você ouve falar em mudança de Identidade Visual, naturalmente a primeira coisa que você espera, é que seja bonita, pelo menos mais bonita que a anterior, não é mesmo?
Mas você designer não deve esquecer que o Design é funcionalidade, é solução e resolução e não só estética. A beleza é relativa, mas a função não. Você projeta uma peça para uma finalidade, então ela será uma peça de design se funcionar para tal finalidade. Você deve ter pensado: Ah.. então eu não devo me preocupar com a beleza, com a estética do negócio? Sim, sempre! Quem me conhece um pouco sabe que eu defendo isso em todo trabalho que realizo. Entretanto, o que eu quero que você pense, é que boa parte do que achamos bonito hoje, é resultado de um longo processo de fixação de referencias, repertório e influencias na mente.
Não digo tendências, por que eu não espero que vocês, profissionais ou aspirantes da criação, se prendam a tendências. A visualidade de um projeto de design é diretamente ligado ao seu conceito e contexto. Então, devemos levar em consideração, antes de criar ou julgar um projeto de marca, é que as tendências passam, sua marca não deve passar, mas estar pronta pra elas. Tudo vai depender do Branding.
O logo da OI tem um conceito muito bom, partiu da ideia das entonações, timbres e intensidade da voz. Resultando num espectro de cores e formas orgânicas mutáveis. Isso é brilhante e funciona, a marca comunica sua ideia. Além disso, de olho no futuro, muitas marcas estão adotando a liquidez, nova e interessante forma de se propor logotipos. Desenhados para serem interativos, mudando, transformando-se de acordo com o espaço, posição, uma especie de responsividade.
Só que no final de tudo, sua mente insiste em questionar se está bonito ou feio. Isso o branding vai responder algum tempo depois, quando esse novo visual atingir sua maturidade. A OI está em toda parte com sua nova identidade visual, vai praticar seu conceito, vai fixar essa imagem. Você vai ser atingido por um comportamento que o profissional que desenhou a marca da OI e de tantas outras, já havia pesquisado e planejado. Isso vale para muitas outras, para as que realmente funcionam.
Veja o logotipo da Apple. Lá no início ele era este:
Antigo logotipo da Apple – Design Culture
E então resolvem mudar para uma simples maçã mordida. Naquele tempo, muita gente deve ter dito: “Mas que p**** é essa?” E o que dizem hoje de uma maçã mordida que representa uma empresa de tecnologia, não é fruto (Olha o trocadilho :D) apenas de sua beleza e simplicidade. É resultado de um ótimo branding, de um conceito refinado e alto nível de profissionalidade.
Apple-logo-grey
 
Entretanto, nem todo redesign funciona.
Olhando o novo logotipo da Gol, ele nos faz ler GOOL, mesmo conhecendo a empresa há tanto tempo. Se isso não é o planejado, então não funcionou. Não se trata apenas de estar bonito.
Novo Logotipo da Gol 2016 – Design Culture
 
Quanto ao ícone e nova identidade visual do Instagram e seus gradientes. Funciona?
Segundo o próprio Instagram, “O visual atualizado reflete o quão vibrante e diversa se tornou a narração de histórias de seus usuários.”
O novo ícone com uma câmera minimalista e as cores do arco-íris em degradê inicia uma linha de visualidade mais simples, leve e totalmente focada no conteúdo. O design do aplicativo agora está mais limpo, nas cores branco e preto. O visual conserva as características principais, refina e centraliza o conceito.
Alguns alegam que o ícone destoa na grade de apps, outros acham que o degradê é uma nova e feia tendência. Esse estilo de degradê não é uma tendência de agora, há muitos é usado em logotipos e principalmente em ícones de aplicativos. Para quem usa iPhone, este novo ícone do Instagram harmonizou perfeitamente com os demais (haha). E, respeitando a opinião pessoal, é importante deixar de lado a radicalidade de julgamento e preconceito com os estilos no design. Olhar mais a fundo.
Redesign da identidade visual do Instagram
 
Não se prenda ao que está em voga. A verdadeira e boa marca se adequa a tendências mas sempre preserva seu estilo único e com um olhar a frente.
Por falar em olhar à frente, o que você acha do logotipo interativo? Estilo em que a marca se adapta, transforma e interage com o contexto. Já é hora de pensar nele para seus projetos?
Designer Gráfico e de Moda. Entusiasta, crítico, apaixonado por fotografia, brand, arte, tecnologias. www.leonardosanttos.com
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