MCTI busca fortalecer parcerias em computação e tecnologias … – GOV.BR
Notícias Luara Baggi (ASCOM/MCTI) A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu, nesta quarta-feira (23), o co-fundador
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Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu, nesta quarta-feira (23), o co-fundador e CEO do Centro Quântico Russo, Ruslan Unusov, acompanhado de delegação russa, para tratar de parcerias em computação e tecnologias quânticas entre Brasil e Rússia. Durante o encontro, foram abordados temas como cooperação científica no âmbito dos Brics e intercâmbio de cientistas.
Ao abrir a reunião, Ruslan Unosv apresentou o mapa do caminho da computação quântica no país e adiantou que, até 2024, a Rússia terá computador de 50 a 100 qubits. Neste ano, o aparelho chegou a 20 qubits, um aumento se comparado aos 16 de 2022. “Até 2030, esperamos que computadores quânticos cheguem à indústria e a transformem de forma significativa”, disse.
Unusov pontuou ainda que a computação quântica vai além do hardware e inclui o desenvolvimento de softwares e plataformas de acesso. “Queríamos ver o possível interesse de o Brasil aderir a essas plataformas”, comentou.
Cooperação científica e Brics
Outros pontos destacados por Unusov foram o possível desenvolvimento de uma cooperação científica com base na plataforma do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a disposição russa de estar aberta a parcerias internacionais.
“Temos de pensar em uma plataforma tecnológica comum no âmbito do grupo. Muitos países restringem acesso a programação quântica por considerarem estratégica, mas nós vemos de outra forma, precisamos ter essa plataforma dentro dos Brics e também um mercado comum de tecnologia quântica”, sugeriu.
Por fim, o Unusov defendeu o intercâmbio de especialistas. “São as pessoas, os cientistas, que estão no centro da questão quântica. Não é só a cooperação científica por si, mas as trocas científicas”, afirmou. “Queremos incentivar a vinda de cientistas brasileiros aqui e de russos ao Brasil, isso dará grandes resultados, seja por meio de programa em rede ou de dupla diplomação de especialistas”, completou.
Iniciativas brasileiras
Ao longo da reunião, a ministra Luciana Santos elencou diversas ações já desenvolvidas no Brasil, como o investimento de R$ 32 milhões para a instalação de um laboratório de tecnologias quânticas no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), unidade do MCTI; e o processo de seleção conduzido pela EMBRAPII, com recursos do MCTI e investimentos iniciais de R$ 60 milhões, de um instituto de P&D, que será o Centro de Competência Brasileiro em Tecnologias Quânticas.
Além disso, enfatizou que o MCTI se prepara para próxima reunião da Comissão Intergovenamental de Cooperação Brasil-Rússia (CIC), prevista para ocorrer em novembro, e salientou a relação longeva entre a CNEN e a ROSATOM, com foco na cooperação em radioisótopos e reatores nucleares.
“As tecnologias quânticas estão na fronteira do conhecimento e a Rússia vem se firmando cada vez mais como player global dessa área que é estratégica”, afirmou. “O presidente Lula tem vontade política e disposição de fazer dos Brics algo muito mais potente”, avaliou sobre futuras parcerias.