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Quando publicou seu primeiro livro em 2011, Isadora César Pacello optou pelo caminho tradicional: pagar uma editora pelo serviço. Onze anos depois, ao escrever “A Estrela de Mil Braços”, a estudante de jornalismo viu uma nova possibilidade para divulgar sua obra de forma independente. Por conta própria, procurou o Kindle Direct Publishing (KDP), plataforma de publicação de e-books da Amazon.

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O mercado editorial no Brasil ainda é muito restrito, tanto no que diz respeito às possibilidades de acesso para novos escritores quanto a questões de remuneração. Entre 2006 e 2022, o faturamento do setor sofreu uma queda de 40%, segundo dados da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData.
Mas iniciativas têm surgido para facilitar a publicação de obras e tornar a atividade mais viável economicamente. Em um cenário como esse, uma renda extra a partir da comercialização de livro em plataformas independentes tem se mostrado uma alternativa para autores que desejam divulgar suas produções de maneira prática, sem a burocracia de uma editora.

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Isadora encontrou na autopublicação uma forma mais adequada a ela para comercializar seu livro, enquanto conciliava faculdade e trabalho. “Pesquisei muito antes de tomar a decisão, porque abrir mão de uma editora significa assumir a responsabilidade por cada parte do processo — desde a revisão até a elaboração da capa”, afirma.
Os empresários Betinho Saad e Rui Kuroki fundaram a UICLAP em 2019. A iniciativa permite que os autores, desde os experientes até aqueles que estão começando na área, publiquem suas obras e as comercializem sem nenhum custo ou intervenção da empresa.
“Desde o início, a ideia era construir um ambiente que desse voz a todos os brasileiros nas mais distintas localizações, independente do nível social, cultural e econômico”, diz Saad. “Mais do que isso, impactamos a vida das pessoas que sempre sonharam em publicar um livro e eram ignoradas pelas grandes editoras, abrindo portas para esses sonhos se realizarem”.

Para quem deseja lucrar com a venda de livros, o E-Investidor reuniu diferentes plataformas que permitem a comercialização das obras de forma gratuita, além de repassarem boa parte da receita obtida com as vendas aos autores.
O portal, fundado em 2009, é um dos principais meios para a autopublicação gratuita de livros em língua portuguesa. Ao longo de sua história, já pagou mais de R$ 17,2 milhões em direitos autorais, sendo que, desse total, R$ 2,2 milhões foram garantidos apenas em 2022. O número de obras publicadas na plataforma já supera a marca de 80 mil, com uma média de 80 novas produções sendo divulgadas no Clube a cada dia. A iniciativa ainda conta com um sistema de compliance editorial que busca eliminar a publicação de plágios e de livros que propagam fake news.
O processo para publicação funciona de uma maneira simples. O escritor precisa, primeiramente, realizar o cadastro no site, informando dados pessoais, como nome, e-mail, data de nascimento, CPF e telefone. Depois, deve enviar o arquivo do livro escrito, sem precisar de aprovação prévia de qualquer manuscrito.
Na sequência, é possível simular o preço de venda, especificando qual será o tipo de publicação (e-book ou impresso), o formato do livro (A5, 16×23, Pocket, Quadrado ou A4), além do número de páginas, tipo de papel, acabamento e coloração do miolo. O usuário deve ainda informar quanto deseja receber com a venda e a quantidade de exemplares que deseja comprar para si mesmo. Com esses dados, a plataforma calcula o valor final do produto. Depois, o autor pode personalizar sua obra, criando a capa a partir do editor online do site ou adicionando um modelo de design que já possui.

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Chega, então, a etapa final: selecionar em quais parceiros da plataforma deseja vender o livro. Opções para o e-book são Apple, Google Play e Amazon, enquanto a versão física pode ser comercializada em marketplaces como Americanas, Magazine Luiza e Estante Virtual.
A Escrytos também permite a publicação de livros de modo gratuito e possibilita a venda da obra em diferentes livrarias, como LeyaOnline, Kobo, Amazon e Barnes & Noble. No site, é possível conferir instruções para transformar documentos no formato mais comum de e-book, o ePub.
Entre as vantagens da plataforma está o acesso ao processo de criação do código International Standard Book Number (ISBN) – uma espécie de RG do livro – de forma gratuita. Quem estiver disposto a desembolsar uma quantia na publicação da obra, pode também pedir um parecer editorial, serviço pago que permite que seja feita uma avaliação prévia da qualidade dos textos por editores profissionais.
Na lista de funções pagas, também está a promoção dos livros publicados por meio da elaboração e difusão de um press release (comunicado de imprensa), além da criação de um booktrailer, espécie de vídeo curto que conta um pouco da história da obra.
Para publicar um e-book por meio da Escrytos, o autor deve se registrar no site e, no menu “Autor”, seguir as instruções contidas na opção “Publicar livro”. Qualquer pessoa que tenha um original escrito, com todos os direitos autorais sobre ele, pode comercializar um livro na plataforma.
A publicação pode ser feita de forma totalmente gratuita. No entanto, há possibilidade de utilizar os serviços editoriais ou de promoção da Escrytos, cujos preços estão especificados no menu “Serviços”. Uma vez terminado o processo de publicação e definido o preço do livro digital pelo autor, o material ficará à venda em todas as lojas online parceiras. A plataforma garante acesso a toda informação sobre as vendas e remunerações.
O Kindle já é uma plataforma conhecida pelos amantes da literatura, mas muitos não sabem da possibilidade de publicar uma obra diretamente por ele. Em 2015, Isadora César Pacello conheceu o KDP, mas foi só em 2022, quando terminou “A Estrela de Mil Braços”, que decidiu conferir mais detalhes sobre a plataforma.
Motivada a concorrer ao Prêmio Kindle de Literatura, a autora optou pela ferramenta, já que esse é um dos requisitos básicos do concurso. “Para preparar o livro, baixei gratuitamente o aplicativo Kindle Create, onde pude formatar o texto adequadamente para o Kindle. Há vários vídeos na internet ensinando a usar essa plataforma, é bem simples”, comenta.

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O próximo passo foi criar uma conta na Amazon e no KDP, com a qual pôde realizar o upload do arquivo e informar os dados necessários para receber o pagamento pelas vendas do e-book, um processo totalmente gratuito.
Na plataforma, o autor pode escolher entre duas opções: receber 35% dos royalties – em obras de domínio público ou de até R$ 5,99 – ou 70% dos royalties, quando detém os direitos de publicação e o livro é vendido exclusivamente na Amazon, com um preço entre R$ 5,99 e R$ 24,99.
Isadora optou por vender sua obra por R$ 13,90, um valor que considera simbólico. A escritora realiza, ocasionalmente, promoções em que disponibiliza o material gratuitamente por um ou alguns dias, um dos recursos de marketing oferecidos pelo KDP.
“O momento próximo ao lançamento foi o período em que mais ganhei dinheiro com o livro”, afirma. “No meu caso, ao publicar ‘A Estrela de Mil Braços’, meu objetivo não era financeiro, mas pessoal. Escrever e ser lida é a minha grande realização. No momento, meu orçamento não depende da literatura.”
Ao observar as dificuldades que os autores enfrentavam para lançar um livro ao mercado, com os desafios da pré-aprovação e da produção de uma tiragem mínima, o Livrorama chegou como alternativa para a publicação independente.
A plataforma permite que cada escritor estipule, de forma gratuita, o preço de sua própria obra, mediante a quantidade de páginas desejadas. Com essa informação, o sistema consegue calcular todos os custos envolvidos na impressão e geração do e-book, contando com um campo para o autor preencher o quanto almeja ganhar com os seus direitos autorais.
Trimestralmente os valores correspondentes a esses direitos de publicação serão contabilizados. Sempre que forem uma quantia igual ou superior a R$ 100 no acumulado de livros cadastrados no portal, os direitos serão pagos até o quinto dia útil do mês seguinte.

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Para publicar uma obra na plataforma, o autor deve se cadastrar no site e, posteriormente, informar as características do livro, como número de páginas e o preço de venda em papel e e-book. Dados sobre título e sinopse também devem ser preenchidos. Na sequência, é necessário configurar a capa e contracapa, para então enviar o arquivo da obra. Após confirmar todas as informações, o livro estará à venda na seção “Loja” do portal.
A plataforma tem como objetivo possibilitar mais negócios para os escritores e, ao mesmo tempo, maior diversidade de histórias aos leitores. Atuando no mercado desde 2020, a startup conta com 11 mil escritores e mais de 22 mil obras publicadas, tendo distribuído cerca de R$ 700 mil em direitos autorais.
André Charoni, escritor do livro “Negócios de Nerd”, foi um dos que optou pela UICLAP para publicar sua obra e lucrar com ela. “Coloquei meus dois gostos em um livro, finanças e universo nerd, e assim foi incrível a experiência da escrita. Mas não sabia como iria publicar, até que, ao encontrar a UICLAP, pude fazer isso da forma mais simples possível. Hoje meu livro está disponível na plataforma”, conta.
O processo de publicação é simples. O usuário deve se cadastrar gratuitamente no portal e fazer o upload do livro, definindo o valor do material. Na UICLAP, o custo de produção de cada unidade é informado e, baseado nesse preço, o autor só precisa inserir o quanto deseja receber por venda. Dessa forma, a quantia final será automaticamente calculada.
Após a publicação, o livro fica disponível na loja da plataforma. As obras serão produzidas e entregues conforme as vendas, com os títulos sendo impressos apenas depois de comprados.
Uma nova ferramenta lançada em 2022 também permite que os autores desenvolvam as capas de seus livros, facilitando o processo de divulgação ou publicação sem nenhum custo adicional.

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