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Corrida digital: bancos abraçam novas tecnologias e agora tentam disputar mercado com exchanges – Portal do Bitcoin

Depois de muito lutarem contra as tecnologias que surgiram com o florescer das criptomoedas, os bancos agora estão desesperados

Corrida digital: bancos abraçam novas tecnologias e agora tentam disputar mercado com exchanges – Portal do Bitcoin

Depois de muito lutarem contra as tecnologias que surgiram com o florescer das criptomoedas, os bancos agora estão desesperados para usar esses desenvolvimentos para criar seus próprios ecossistemas digitais. É o que mostra uma consulta feita a 300 bancos em todo o mundo em um estudo produzido pela Economist Impact e encomendado pela Temenos.
O levantamento aponta que o cenário financeiro agora conta com uma disputa entre os bancos tradicionais e empresas de pagamento, companhias de tecnologia disruptivas e varejistas de comércio eletrônico.
“Juntamente com as crescentes expectativas dos consumidores por produtos e serviços melhores e mais personalizados, isto está forçando os bancos a avaliar o papel que desempenham e como devem se adaptar”, aponta a pesquisa.
Na análise de Fabricio Tota, diretor do MB (Mercado Bitcoin), “a grande disputa hoje é pela atenção do cliente”. “Não são somente as transações disponibilizadas que são relevantes, mas também a recorrência, o engajamento do cliente com a instituição”, diz ele ao Portal do Bitcoin.
A busca por melhorias na experiência dos clientes está diretamente relacionada ao uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA). De acordo com a pesquisa, quando perguntados sobre a aplicação da IA nos bancos nos próximos 1 a 3 anos, 21% dos participantes apontaram que a principal prioridade com o uso dessa tecnologia é “melhorar a experiência do usuário por meio de recursos de personalização mais avançados”.
Outra tecnologia que os bancos começaram a ficar de olho é a blockchain, como explica César Felix, gerente de experiência do cliente da NovaDAX.
“A evolução envolve a adoção de tecnologias emergentes, como a blockchain, que permitem atender demandas com mais eficiência e segurança e melhorar da experiência do cliente, já que consumidores e empresas estão cada vez mais exigentes em relação à conveniência e à personalização dos serviços disponíveis”, diz Felix.
A principal ideia dos bancos é tentar se tornar o mais completo possível em relação aos produtos e serviços oferecidos. 79% dos entrevistados concordam que o setor bancário ficará “incorporado” na vida dos consumidores e nas cadeias de valor das empresas.
Enquanto isso, um em cada cinco bancos participantes da pesquisa espera que o seu modelo de negócio evolua nos próximos anos para oferecer serviços bancários como serviço (Bank as a Service, ou BaaS) a marcas e fintechs, permitindo o financiamento integrado nos seus próprios serviços.
Quase o dobro deseja manter a experiência voltada para o consumidor e atuar eles próprios como um verdadeiro ecossistema digital.
“As novas tecnologias e as demandas dos clientes são as duas principais tendências que deverão impactar o setor bancário nos próximos cinco anos. Para manter a ligação direta com o consumidor, os bancos reconhecem que devem tornar-se verdadeiros ecossistemas digitais. A centralização no cliente também levará os bancos a oferecer propostas bancárias mais sustentáveis e ESG integradas aos seus clientes no futuro”, afirma Jonathan Birdwell, chefe global de políticas e insights da Economist Impact.
Mesmo que no momento um dos principais focos esteja na IA, o uso de tecnologias disruptivas em geral tem sido o grande tema perseguido pelos bancos, e nisso o mercado de criptomoedas já está mais avançado.
De acordo com a pesquisa, 63% dos entrevistados espera que as novas tecnologias tenham o maior impacto nos bancos nos próximos cinco anos, mais do que as exigências dos clientes e as mudanças na regulamentação do setor.
E é nesse cenário que bancos e exchanges se tornam cada vez mais concorrentes. “Por um lado, os bancos têm uma base de clientes ampla e fidelizada, recursos significativos e experiência regulatória. Mas, por outro lado, carecem de conhecimento específico do universo cripto”, afirma Tota.
Essa visão é compartilhada por Felix, que acredita que “possa ser um desafio para as exchanges, mas não vejo uma supremacia dos grandes bancos”.
“Não vejo os grandes bancos dominando o mercado de criptoativos, pois acredito que a escolha entre usar um banco ou uma exchange para serviços de criptomoedas provavelmente dependerá das necessidades e preferências individuais dos investidores”, afirma.
Segundo ele, apesar dos bancos terem mais recursos e bases maiores de clientes, as exchanges têm suas vantagens, como oferecem uma variedade mais ampla de moedas e tokens, negociação global 24 horas por dia, além de uma abordagem mais próxima dos usuários.
A colaboração com fintechs ou outros fornecedores de tecnologia é dado como algo fundamental para as instituições, e nesse contexto, os executivos bancários participantes da pesquisa preveem que as relações dentro do setor evoluam ao longo dos próximos um a três anos.
Cerca de 44% dos entrevistados acreditam que os bancos irão adquirir participações majoritárias em fintechs e 32% acreditam que haverá uma consolidação do mercado entre as empresas em até três anos.
“Alguns bancos podem escolher desenvolver soluções próprias, enquanto outros podem optar por adquirir ou se associar a empresas já estabelecidas no mercado de cripto”, avalia Tota, que reforça: “Sem dúvida alguma os bancos irão disputar essa fatia do mercado”.
E essa disputa não será fácil para os bancos. “Para nós já está bem claro que o modelo de negócio que nos trouxe até aqui não será o modelo que nos levará para o sucesso no futuro. A era das exchanges ‘puras’, que só ofertam a compra e venda de poucos ativos, já passou. O B2B, a tokenização e a aderência a regulação nas mais diversas jurisdições são alguns dos temas sobre os quais temos nos debruçados nos últimos meses”, diz o diretor do MB.

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