Inteligência artificial avança rápido na saúde e na indústria – Correio Braziliense
Formada em jornalismo na Universidade Paulista (UNIP). É repórter de economia do Correio Braziliense desde 2020. Participou do Estágio
Formada em jornalismo na Universidade Paulista (UNIP). É repórter de economia do Correio Braziliense desde 2020. Participou do Estágio de Correspondentes de Assuntos Militares (ECAM) 2019. Já passou pelas assessorias de comunicação da Embrapa e do IFB.
São Paulo — A tecnologia espantou o mundo em 2023, com a explosão da inteligência artificial. E tudo indica que os avanços continuarão acelerados em 2024, com impactos em diversos setores da economia.
Segundo especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), a Inteligência Artificial (IA) na saúde, avanços na comunicação da corrida espacial, e cibersegurança estão entre as maiores tendências tecnológicas no ano que vem. O IEEE foi uma das instituições participantes da Futurecom 2023, realizada em São Paulo no início do mês.
Da saúde à indústria, a IA está transformando a forma como vivemos e trabalhamos. Segundo Cristiane Pimentel, Membro Sênior do IEEE, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a ferramenta tende a ser cada vez mais aplicada.
“Em 2023, tivemos um boom da IA, que cada vez mais vai fazer parte do nosso dia a dia. Essa tecnologia pode realizar atividades repetitivas e deve se tornar quase que uma necessidade, uma habilidade necessária aos profissionais no mercado de trabalho”, disse Pimentel.
De acordo com a professora, nos hospitais há um receio de que a Inteligência Artificial vai acabar com as profissões. Mas, segundo Pimentel, o IA não deve acabar com o emprego, mas sim aperfeiçoar e criar outros. “As profissões não necessariamente vão deixar de existir. O que vai acontecer é que eles vão deixar de fazer atividades repetitivas, e vão passar a analisar os dados de uma forma mais complexa”, pontuou.
Cristiane Pimentel também destacou que o uso da tecnologia de realidade virtual para treinamentos tem crescido tanto em instituições de ensino, quanto nas empresas e na indústria. “A partir do próximo ano, por exemplo, veremos cada vez mais médicos sendo treinados e utilizando a realidade virtual antes da realização das cirurgias, e isto deve impactar a saúde preventiva. A tendência é que esta tecnologia seja usada para treinar as pessoas e desenvolver habilidades, sem que necessariamente você precise de um ambiente físico”, afirmou.
A Inteligência Artificial também avança no segmento industrial. Segundo Vicente Lucena, Membro Sênior do IEEE, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), as tecnologias de maior impacto em 2024 serão relacionadas à digitalização da indústria, com a aplicação de algoritmos de automação e de inteligência artificial nas ações relacionadas à indústria de manufatura. “Assim, teremos um avanço considerável da produção, com um processo cada vez mais barato, mais eficiente, gerando cada vez mais empregos”, observou.
Especialistas veem avanços significativos também na tecnologia espacial. O desenvolvimento de veículos e soluções para explorar e estudar o espaço é uma tendência em forte expansão. Renato Borges, membro sênior do IEEE e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), afirma que o Brasil vive “uma nova era espacial”, na qual o setor privado assume um papel de protagonismo, com o uso extensivo de pequenos satélites. O especialista acredita que, em 2024, a tecnologia espacial trará benefícios para a conectividade e a comunicação.
“Estamos na era dos grandes dados, caracterizados pela alta conectividade entre homens, máquinas e dispositivos. Mas, para que tudo isso funcione de forma harmoniosa e se transforme em qualidade no serviço e nas informações a serem obtidas, é necessário um trabalho coletivo. E a tecnologia espacial representa uma peça chave nos novos paradigmas que têm sido propostos para o futuro das comunicações”, afirmou Borges.
Os especialistas do IEEE preveem ainda, para 2024, o aprimoramento da segurança cibernética. Jéferson Nobre, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alerta para “os ataques de engenharia social”. Trata-se de golpes, “centrados nas pessoas, com o uso de tecnologias como a IA”, para obter informação privada das pessoas ou dados sigilosos das organizações.
Já Marcos Simplicio, membro do IEEE e professor da Universidade de São Paulo (USP) acredita que a IA será utilizada para ataques a setores específicos, incluindo ataques na cadeia de suprimentos. Para vencer estes desafios, Simplicio recomenda que as empresas e organizações sigam o conceito de confiança zero — uma abordagem de segurança cibernética que se baseia na premissa de que não se deve confiar automaticamente em qualquer usuário, dispositivo ou rede, mesmo que estejam dentro do perímetro de uma organização.
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