Por Vinicius Wandenkolk, sócio fundador da Mescla Seguros
O cenário do mercado de seguros está passando por uma revolução, tanto pela mudança da cultura da sociedade quanto pela evolução tecnológica impulsionada principalmente pela Inteligência Artificial (IA). Esta transformação não se limita apenas à busca por percepções dos desejos e necessidades dos consumidores, mas também está remodelando o papel dos corretores e a forma como as seguradoras atendem às demandas do mercado. 
A utilização das novas tecnologias na indústria de seguros não significa que o corretor deva simplesmente delegar todas as tarefas e responsabilidades a elas, pelo contrário, a IA está aprimorando a gestão de riscos, permitindo que seguradoras e corretoras ofereçam coberturas mais personalizadas e alinhadas com a realidade e as expectativas do cliente.
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No entanto, este avanço tecnológico não é um mar de rosas para todos os envolvidos. Algumas insurtechs — startups voltadas ao mercado de seguros —, por exemplo, tendem a morrer na praia e com elas levar todo o investimento aportado. Isso porque o contexto de venda no mercado B2C não gera receitas suficientes para a continuidade das operações. Há casos onde as despesas com sinistros suplantam em muito as receitas de vendas e a incidência de fraudes se tornou um grande problema a gerir e controlar. 
Entretanto, algumas dessas empresas visionárias já perceberam a necessidade de mudança e pararam de gastar recursos de forma indiscriminada. Elas estão buscando parcerias no modelo B2B2C, o que faz mais sentido, pois utilizam canais já consolidados, com um grande volume de CPFs e CNPJs. Isso não só otimiza os recursos, mas também permite uma abordagem mais eficiente e direcionada ao cliente. 
Os corretores de seguros e empresas voltadas para esse mercado devem intensificar sua presença nos canais digitais. É nesse ambiente que os segurados estão presentes, onde suas expectativas e necessidades podem ser melhor compreendidas. A inovação se torna uma peça-chave nesse contexto, impulsionando a criação de novos produtos e coberturas que se alinham perfeitamente ao ambiente digital em constante evolução. 
Por mais de três décadas, ouvimos especulações sobre o desaparecimento iminente do corretor de seguros diante da modernização do mercado. No entanto, a realidade contradiz essa previsão. O profissional corretor está se adaptando e se especializando, buscando ferramentas que o auxiliem na prospecção e nas vendas. Em vez de se tornar obsoleto, o corretor está se reinventando para atender às demandas de um mercado em constante transformação. 
Em suma, as novas tecnologias estão revolucionando o mercado de seguros, mas não eliminando o papel do corretor. Pelo contrário, está redefinindo as práticas, capacitando os profissionais do setor e impulsionando uma abordagem mais personalizada, eficiente e focada nas necessidades do consumidor. Aqueles que compreendem e se adaptam a essas mudanças emergirão como líderes no mercado em constante evolução. 
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar o que há de novo na tecnologia.
Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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