Onde estamos e para onde vamos? Uma visão sobre linchamentos … – Propmark
Qual é o impacto dos linchamentos digitais? Essa foi a pergunta que permeou a conferência liderada por Ana María
Qual é o impacto dos linchamentos digitais? Essa foi a pergunta que permeou a conferência liderada por Ana María Olabuenaga, escritora e publicitária mexicana que é uma das homenageadas pelo Salão de Honra do Festival El Ojo de Iberoamérica 2023.
Ao longo de sua fala, Ana apresentou dados da sua pesquisa sobre redes sociais e contou sobre a sua trajetória profissional após ter vendido a própria agência para a Publicis, além de compartilhar as suas visões sobre o comportamento humano nas plataformas.
Junto do livro “Linchamentos digitais”, escrito por ela, a publicitária trouxe diversos fatos que comprovaram que as redes sociais podem causar danos e que ninguém está isento dos riscos do universo digital.
Para exemplificar, Ana contou a história de Tiziana Cantone, uma jovem italiana que foi vítima de um linchamento digital após ter um vídeo íntimo vazado pelo namorado e se suicidou. “Esse foi o primeiro linchamento social. O triste é saber que o caso começou em 5 de março de 2016 e terminou em 12 de setembro com o suicídio dela”, explicou Olabuenaga.
Entre os dados trazidos pela autora, foi apontado que Tiziana foi mais mencionada no dia de sua morte do que no dia em que seu vídeo foi vazado.
Durante a apresentação, Ana afirmou que o linchamento digital anda em círculos porque, por mais que a pessoa se desculpe pela fala ou atitude, o caso permanecerá sendo lembrado e debatido nas redes sociais, fazendo com o linchamento se torne constante, resultando na “morte civil e na perda da reputação”.
A publicitária também trouxe casos que saíram do mundo digital para o real, como a invasão ao Capitólio (EUA), em janeiro de 2021. Segundo ela, o ato antidemocrático estadunidense foi o resultado de uma “guerra civil digital”.
“As redes são mais importantes do que pensamos, a ponto que em 2006 a revista Time decidiu que nós éramos ‘a pessoa do ano’ por termos entrado nas redes sociais”, ressaltou Ana.
Entrando no universo publicitário, ela ressaltou que todo cliente de agência está sujeito a passar pela “cultura do cancelamento”, algo que nasceu e ganha cada vez mais forças nas redes sociais, mas que ainda assim, é necessário insistir no trabalho que conecta pessoas com marcas.
Por fim, Ana eximiu as redes sociais e os algoritmos digitais da culpa. “A indignação se retroalimenta nas redes sociais por diversos temas e sempre vai existir algo para se indignar, compartilhar e aumentar a fogueira. Os algoritmos não são culpados pelos linchamentos. Nós somos”, apontou.
A pesquisadora terminou sua apresentação apontando para o fato de que não existe volta para o que já acontece nas redes sociais, mas uma das saídas é encontrar novos pactos civilizatórios, entender onde o mercado está e para onde ele está indo, além de meios que façam com que as pessoas não encerrem suas vidas como Tiziane.
Mídia especializada no mercado publicitário.
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