Papo Tribuna: influenciadoras do Litoral de SP explicam o mercado … – A Tribuna
Quarta-feira, 22 de Novembro de 2023Cada vez mais influenciadores e criadores de conteúdo se multiplicam nas redes sociais e
Quarta-feira, 22 de Novembro de 2023
Cada vez mais influenciadores e criadores de conteúdo se multiplicam nas redes sociais e levam isso a sério como carreira. A ascensão desse nicho é veloz e não tem idade, classe social, gênero ou raça. Muitos estão até conquistando uma renda considerável.
O mercado de influenciadores digitais e criadores de conteúdo cresce muito e é dinâmico. Alguns até investem em negócios offline, usando suas próprias plataformas como ponto de partida e transformam a sua influência em negócios mais lucrativos. Viram empreendedores!
Por isso o Papo Tribuna deste sábado (18) convida você a navegar pelo mundo digital das colabs, dos engajamentos, dos cult action, de gente que saiu do anonimato e ganhou fama, relevância e credibilidade na internet e influencia tendências, hábitos e comportamentos do seu público.
Como consequência, conseguem monetizar essa influência e fecham parcerias com marcas que alinham ao seu nicho de mercado. Hoje a gente vai bater um bate-papo com duas influenciadoras digitais da Baixada Santista.
E a primeira delas é a Nathália Gomes, do “Onde Encontrar”, que tem quase 63 mil seguidores.
2016 foi o ano que você criou o Onde Encontrar isso? A princípio, era para ser uma referência de produtos e serviços mais acessíveis em Santos, mas acabou estourando em sucesso, como é que você virou uma influenciadora?
Para mim foi assim, muito um hobby, né? Eu trabalhava como publicitária, trabalhei 10 anos em agência, trabalhei aqui em Santos, trabalhei em São Paulo, mas eu sempre gostei de comprar coisas, consumir, fazer “achadinho” era uma coisa natural assim. Você vê alguém usando, você vai atrás, e eu não queria ficar postando essas coisas no meu próprio Instagram, Falava, “nada a ver, ficar mostrando isso, vou criar um outro para conseguir compartilhar essas coisas sem aparecer”.
Por isso o nome Onde Encontrar. Eu falei, “não vou por meu nome. Vai ser uma coisa assim, vou mostrar os produtos na mão, aí eu criei total como hobby. Em alguns eu fiquei me dedicando, óbvio, mesmo sendo hobby, dava uma dedicada naquilo e com alguns meses. Como naquela época não tinham muitos aqui em Santos o crescimento foi muito rápido. Então 10 mil seguidores foram em poucos meses para “rolar”, rapidinho.
Hoje em dia não é mais assim, mas naquela época era. Então com uns três, quatro meses de Instagram, uma loja entrou em contato comigo falando: “quando você cobra para vim aqui e tal” e eu fiquei, “ué, alguém quer me pagar?” Tipo assim, “eu faço de graça, eu faço porque eu gosto”, ai foi a primeira vez que eu fiquei “nossa, vai rolar alguma coisa?”
Na época ainda era permuta. Fiz. E aí, quando uma primeira loja faz, começam a aparecer várias buscando a mesma coisa. Aí foi assim que eu fui começando, mas sempre nessa época eu via como hobby, eu trabalhava em agência, não pretendia sair, era mesmo “eu gosto e vou continuar fazendo”. E aí os anos foram passando, eu comecei a ganhar em dinheiro, foi quando chegou aquele momento de falar: “e agora? Como que eu vou fazer? Eu vou conciliar as duas coisas?”, porque daí você não faz nem direito uma e nem direito outra. Eu trabalhava, então assim, antes do meu trabalho, de manhã, eu divulgava coisas, no horário do almoço eu saía para divulgar e à noite eu divulgava de novo e então estava correndo, cliente do trabalho, falando, loja, falando. E aí foi o momento de decisão.
De virar a chave?
É, em 2019. Eu falei: “cara, não, não dá mais, porque, financeiramente, eu já estava ganhando triplo do meu salário”, mas é difícil você tomar uma decisão assim.
Você falou de empreender. É um risco?
Tem gente que tem esse sonho. Eu nunca. Não vim com esse sonho de “nossa, meu sonho é ter meu próprio negócio”, não. Eu gostava de trabalhar no modelo de agência, eu curtia aquilo. Então foi algo bem assim difícil na época de “cara eu vou largar, vai tudo depender de mim. Eu vou ter que de fato me organizar financeiramente”, porque você não vai ter mais salário tal, e aí foi meio difícil, mas aí deu certo. Foi melhor ainda quando eu decidi sair, mas aí fiquei três anos nos dois antes de sair.
E essa tua experiência publicitária de 10 anos ajudou você a desenvolver esse tipo de nicho?
Ajudou e eu acho que mesmo involuntariamente ajuda. O conhecimento, o background que você tem assim foram muitos anos trabalhando com coisas variadas. Então quando eu comecei, eu trabalhava em agência, mas voltada para site. Depois que começou a surgir conteúdo e depois que começaram a surgir influenciadores.
Então eu já tinha trabalhado muito com contratação de influenciadores, eu tinha o mínimo da noção de “um escopo de entrega”, de “fazer contrato”, coisas que muitas vezes as pessoas não têm e aí acaba ficando aquilo meio que jogado no limbo. Então essa parte me ajudou bastante a ter uma noção, sabe?
Mas você começou, na verdade, como uma certa influenciadora dando dicas de preços e produtos mais acessíveis e acabou virando. Você acabou criando conteúdo, como é que foi essa mudança?
Foi bem natural. Quando eu comecei não existe stories, não existia nada, post no feed e eu não precisava aparecer. Mas quando eu comecei a reparar que qualquer coisa que vai look do dia e aparecia eu, as pessoas gostavam mais. Elas, de fato, se conectavam. Então eu falei, “cara, eu vou ter que começar a aparecer no começo”, eu não queria. Eu acho que, como a maioria das pessoas que que têm lojas, negócios e ficam bloqueadas, eu não queria aparecer, não era para ser a minha vida, tanto que, né? “Onde Encontrar”.
Quando a abertura começou a acontecer, comecei a aparecer cada vez mais. O story surgiu, então foi criando ainda mais um espaço para as pessoas se identificarem comigo e aí foi bem natural, comecei a fazer. Começou a dar certo e aí eu comecei assim.
Nunca mudei o nome, porque eu acho que Onde Encontrar me dá muita liberdade em conteúdo, então eu sinto que eu posso falar de todas as coisas que se eu fosse Nathália talvez não seria fizesse tanto sentido, por isso que eu mantive, mas foi muito natural assim. Eu comecei a gostar de aparecer e o caminho foi rolando, foi natural. Tanto que hoje tem gente que não sabe o meu nome. As pessoas me chamam de Onde Encontrar.
Mas você usa essa tua experiência em workshops, em palestras?
Sim, principalmente na pandemia, foi quando a demanda aumentou. Assim é, as pessoas me contratavam como blogueira para a loja. Eu chegava lá e elas começavam a querer tirar dúvida. “Ah, mas no meu Instagram você acha que fica melhor isso ou isso? Como que eu faço para tirar foto?” E aí eu sempre fiquei com aquilo, sempre ajudei.
Mas na pandemia, quando eu vi que realmente as lojas fecharam elas não tinham perspectiva de retomar, falei, “cara, eu vou ter que fazer alguma coisa”, porque nessa época da pandemia eu já não tinha mais o emprego CLT, né? E aí eu falei, “meu, o que que eu posso fazer? O que de fato me diferenciou até aqui?”, falei, “foi esse conteúdo, foi esse conhecimento”, e aí foi quando comecei a dar curso, workshop online naquela época. E aí foi muito positivo também. Eu dei mentoria, curso, workshop para dar esse conteúdo que eu já tinha, principalmente em questão de conteúdo para quem tem negócio e também para quem queria se tornar influenciador. Eu fiz frentes diferentes e foi muito legal.
A gente foi às ruas, fez algumas perguntas e descobriu alguns seguidores. Eles fizeram algumas perguntas para você e tem uma pergunta que a gente vai ouvir agora.
“Oi, Nathália, eu sou Iago e eu gostaria de saber como é que surgiu esse nome: “Onde Encontrar”?
As pessoas me perguntam isso. Eu queria ter uma resposta mirabolante, mas tipo assim, eu não tenho, não tenho. Eu realmente busquei por um nome que fosse amplo, que me desse abertura para falar de assuntos variados e quando eu pesquisei no Instagram para ver se tinha disponível, eu fiquei tipo.. eu não queria algo com “013”, porque eu queria que pudesse abranger mais regiões e o Onde Encontrar veio aleatório. Assim, não tenho nada mirabolante para contar e estava disponível. Eu já peguei pra mim, né? E já fiz o primeiro logo, que é a “lupinha” que eu tenho até hoje. Mas hoje em dia já mudei um pouco, mas foi assim, nada mirabolante. Foi só porque eu queria um nome amplo, que pudesse abordar vários assuntos.
E eu já ouvi até declarações suas dizendo que as pessoas te encontram, mas ela não fala o seu nome e elas falam “Onde Encontrar”.
Tem gente que não sabe meu nome e realmente fala assim, “olha, tem a Onde Encontrar, a menina de Onde Encontrar a Nathy do Onde Encontrar”.
Você estudou moda também? Isso ajuda numa colab ou na hora de divulgação de um produto?
Ajuda. Eu vejo muito que tanto a parte de moda quanto de influencer vai muito também do seu feeling, sabe? E de quantas pessoas se conectam com você, mais naturalmente. Então ajuda, mas eu tenho que ser bem tranquila em relação a isso. Tem marcas registradas de Onde Encontrar, né? O verde com rosa, coisas que eu fui criando ao longo desse tempo que talvez, pela minha referência de agência e de moda tenham ajudado, mas sempre colabora um pouco.
Tem marcas que, inclusive, estão utilizando mais o lado da humanização, isso para vocês também ajuda? Como é que é feita essa divulgação?
Ajuda, eu acho que as marcas realmente chegaram no momento que elas entenderam que as pessoas se conectam com pessoas, né? Então não tem como você querer ser robótico ou querer criar muitas barreiras entre você e a audiência. Então ajuda, principalmente quando a gente consegue alinhar o trabalho do influenciador com a estratégia que a marca já tem. Isso é uma coisa muito bacana, né? Sempre que alguém me contrata, eu falo um pouco sobre isso, “não adianta você contratar um influenciador, a gente fazer um trabalho super bacana aqui e quando a pessoa chegar na sua rede social, ela não está preparada, ela não tem uma resposta, ela não tem alguém ali pra de fato interagir”. Então isso faz toda a diferença também.
Nathy, a gente tem mais pergunta para você. Olha só: “Oi, Nathália, me chamo Maria Paula. É possível ganhar bem sendo influencer?”
Já até respondeu, né?
É uma coisa que eu vejo assim, que não é que eu acho ruim, mas eu vejo que muitas pessoas agora, nesses mais recentes, querem começar com isso, já pensando muito na parte financeira. Então já quero começar para ganhar dinheiro. E aí eu acho que rola uma frustração.
No meu caso, como eu comecei tendo um emprego, a coisa foi muito leve. Então não existiu uma cobrança de “quero ganhar dinheiro”, não, foi acontecendo e foi ótimo e por isso que eu saí do trabalho. Mas sim, dá para ganhar bem e tem muitos jeitos de ganhar isso. Então como influenciadora, você tem a parte como divulgação, com as marcas, colab com as marcas, a parte de link de afiliados também é muito bacana, então você consegue divulgar grandes marcas e ganhar por comissão, então assim existem muitas frentes para ganhar dinheiro. É só você entender mesmo o que faz sentido para você e até com pouco seguidor já dá para você ir ganhando assim.
Sei que você não vai revelar, mas quanto, mais ou menos, você tira de rendimento com relação ao seu emprego com carteira assinada?
Cara, é tipo quatro, cinco vezes o salário que eu ganhava (risos).
Então valeu a pena essa mudança de chave?
Valeu, valeu. Foi difícil, mas valeu a pena.
Você também criou um podcast, né? “Amiga da onça”, a gente costuma dizer que amiga da onça é aquela que é amiga mais ou menos, mas pelas costas ela inveja, né? Fala mal da gente. Esse podcast tem um pouquinho de tempero, assim, de polêmica, de falar um pouquinho de comportamento, como é que surgiu essa ideia?
Bom, eu sempre quis fazer alguma coisa que eu conseguisse fugir um pouco do modelo do Instagram, principalmente em tempo. No stories, num vídeo, você sabe que a gente não consegue falar tanto quanto num programa, numa coisa assim. Então a ideia do podcast foi essa e eu queria mudar um pouco, desassociar o nome Onde Encontrar. Falei, “cara, vou ter um outro nome pra ser um outro espaço, outro canal”.
E na verdade a “Amiga da Onça” é mais uma brincadeira, porque eu amo animal print, coisas de onça, esse mundo animal. E aí surgiu a ideia e também porque eu queria trazer amigas próximas, outras influenciadoras e consegui falar de coisas um pouco mais polêmicas, não tanto, mas a ideia do nome foi essa e foi muito legal. As pessoas curtiram muito. A repercussão foi positiva. Eu fiz como temporadas até para não ficar tão “massante”.
E tem oito (episódios)?
É, a primeira temporada foram oito. Provavelmente vai ter mais uma agora no fim do ano e uma no começo do próximo ano.
Eu vi que a mais comentada foi das influencers, né?
Foi das influencers. Porque a gente conseguiu trazer assuntos, perguntas polêmicas que as pessoas querem saber de uma forma mais leve, em formato de bate-papo, então foi muito legal.
Ter essa exposição também não é fácil, né? Você tem que lidar com os haters. Quando eles aparecem, surgem nos comentários, como é que você se posiciona? Como é que você lida com isso?
Eu não tive muitos episódios de haters, de coisa negativa. Vira e mexe alguém, sabe quando a pessoa quer encaminhar o stories para alguém e responde errado para você? Isso acontece bastante. Eu fico “nossa, coitado, que dó”. Às vezes eu nem quero responder, eu fico “coitado, que pena, podia ser eu responder errado”. Mas não rola muito. Quando rola eu confesso que eu gostaria de ser mais forte e não me incomodar, mas eu me incomodo. Então, dependendo do que for assim, dá uma bad. Quando é algo que dá para responder eu respondo, ou eu ignoro para não ter polêmica. Eu sou meio anti-polêmica, sabe? Então eu só ignoro e sigo a vida, mas me incomoda.
Agora, Nathy, tem mais uma pergunta de um dos seus seguidores, vamos ouvir?
“Oi, Nathy, me chamo Cauã Santiago. É uma pergunta, quantas parcerias você já fez? Com o Onde Encontrar?”
Muitas. Essa é a pergunta é difícil, porque, assim, são muitos anos, né? Mas como eu te falei, quando eu virei Onde Encontrar eu tive que fazer uma organização, então eu busco não fazer muitas coisas pontuais. Eu tento sempre ter contratos de três, de seis meses para ter uma previsão, então assim, atualmente, “ah, esse mês eu tenho uns 25 clientes ativos”, então basicamente gira em torno disso por mês, mais aí não sei. No total são muitos, eu não tenho ideia.
Quem planeja essa transição de carreira e seguir essa área, esse nicho de influenciadora digital de criadora de conteúdo, qual é a dica que você dá para as pessoas?
Sempre quando eu comecei a dar o workshop muitas pessoas me procuraram falando, “Nathy, eu quero ser influenciadora, eu quero seguir essa área”. Eu acho que vale muito também de você entender. Se hoje, no seu dia a dia, você já influencia as pessoas? Porque, assim, a gente acaba sempre influenciando quem está ao nosso redor. E você começa a trabalhar com a pessoa, você vai ver que vocês estão usando uma coisa parecida, vocês vão comprar no mesmo lugar, então entender se você naturalmente já tem esse perfil e entender também, eu falei “no começo era um hobby”, mas a partir do momento que eu encarei isso como um trabalho, para dar prioridade, eu acho que também foi quando a coisa começou a fluir e valorizar muito sua jornada até aqui.
Porque esses conhecimentos que você tem, não importa qual área você atua, com certeza eles vão ser relevantes ou úteis para alguém. Então você vai conseguir se conectar com pessoas que te seguem quando você trouxer isso. Então eu te falei, “eu trabalhei 10 anos em agência, mas eu já fui programadora, eu já fui tudo. Todas essas etapas que eu vivi me ajudaram muito”, assim, a trabalhar hoje com internet. Então eu acho que você valorizar a jornada, tudo o que você fez até aqui, conseguir botar isso e não ter vergonha, por mais que a gente pense “as pessoas vão falar”, as pessoas vão, mas no fim é porque todo mundo queria ter um pouco da coragem de estar lá e se expor também. Então acho que é mais isso.
Agora, no Papo Tribuna, vamos conversar com a influenciadora digital, Mariana Pignatti, que é modelo, influenciadora digital, jovem, tem 23 anos e mais de 103 mil seguidores no Instagram.
Falando em redes sociais, já que é o assunto, né? Você tem muito mais seguidores no TikTok? São 322 mil. É muita coisa! Como é que você começou nas redes sociais?
Então, na verdade eu caí de paraquedas. Eu sempre gostei de postar muito sobre minha vida e eu comecei a receber muitos seguidores por conta disso. E em 2019 eu estava morando na Colômbia, como modelo, e as marcas aqui do Brasil começaram a me procurar falando “Mari, a gente quer que você comece a postar e tudo mais”. Eu falei, “gente, fui notada”.
Então comecei a fazer os posts para as marcas também. E aproveitei a pandemia para focar 100% no TikTok, então todos os dias eu acordava super cedo e produzia até a noite conteúdo. De dois a três conteúdos por dia.
E eu comecei a ver que o TikTok não parava de crescer, não parava de crescer. Eu falei, “bom, eu vou focar 100% nisso. É algo que eu gosto” e quando eu vi já migrou tudo para o Instagram. Comecei no Instagram, TikTok, tudo sensacional. Então é um negócio que eu amo e até hoje assim eu produzo quase todos os dias hoje.
Hoje você cursa Administração de Empresas, mas você também teve um divisor de águas. Demorou para você decidir o que você ia fazer, se ia continuar com a carreira de modelo ou se ia seguir esse lado mais universitário. Como é que foi?
Eu tive a oportunidade de entrar em uma faculdade de administração. Eu passei na faculdade que eu queria e ao mesmo tempo a minha agência me chamou para morar na Colômbia. Então, o meu sonho sempre foi morar fora para ter essa experiência como modelo fora e eu fiquei muito em dúvida. Eu falei, “eu vou cursar faculdade, vou morar fora” e eu decidi morar fora.
Então fiquei três meses na Colômbia e foi a partir daí que eu comecei a crescer na rede social mesmo, mas no começo da pandemia – não consigo parar, não consigo ficar sem fazer nada – então eu falei, “quer saber? Agora eu vou começar a faculdade”. Então comecei a cursar administração e eu termino ano que vem.
Tá vendo, agora você consegue conciliar os dois desejos, os dois sonhos.
Consegui os dois, né? Isso é muito bom.
Agora, Mari, as nossas equipes foram às ruas e a gente tem algumas perguntas que os seus seguidores fizeram para você. Olha só, a primeira:
“Oi, Mariana. Meu nome é Andressa e eu gostaria de saber como que você começou a sua carreira de modelo?”
Ah, que linda. Eu comecei minha carreira de modelo com, acredito que foi com três, quatro ou cinco anos. Então desde pequena minha mãe já me colocou nesse mundo da moda, mas eu sempre amei, não era aquela coisa que eu ia, falava “ai, mãe, eu não quero”. Então, desde pequena eu sempre investi muito nisso. Minha mãe me apoiou muito, então a gente ia para cima e para baixo para São Paulo, volta, já fui agenciada desde pequena, então eu posso dizer que eu trabalho com modelo desde que eu nasci. Nasci para isso.
Nas suas redes sociais, no Instagram, você fala muito sobre viagens, passeios, você mostra os teus roteiros, né? Sobre estilo de vida, sobre saúde, alimentação saudável. O que significa para você a atividade física?
Então, hoje em dia eu não vivo sem a minha terapia, então minha musculação, o meu beach tennis, corrida e se por um acaso eu não consigo fazer uma dessas atividades o meu dia muda completamente. Fica diferente, eu não consigo terminar tudo o que eu preciso.
Agora você ensina algumas aulas, dá dicas nas suas redes sociais, algumas atividades e exercícios. Tem inclusive aulas gravadas, né?
Sim, eu posto bastante com o meu personal. A gente tem compartilhado muitos treinos, muita gente fala assim, “Mari, eu quero saber o que você está treinando. O seu corpo mudou muito de três meses para cá”, então eu estou começando a compartilhar isso com seguidores também. Eu quero trazer todo mundo para esse mundo porque é gostoso demais.
Com essa adoração pela atividade física você é a mascote também dos 5K que acontece no dia 3 de dezembro, vai reunir muita gente e ainda dá tempo de se inscrever. Os corredores vão sair do Aquário Municipal (Santos) e vão até o Parque Roberto Mário Santini. Aliás, eu queria até que você desse uma sugestão e algumas dicas. Quem está a fim de correr precisa já começar a treinar, né? Já tá perdendo tempo?
Sim, é assim, eu montei o meu squad e dentro do meu squad eu estou inclusive dando essas dicas para o pessoal. É importante a gente já começar os treinos, fazer uma caminhada na praia, uma corrida na esteira. Ter uma alimentação saudável também é super importante pra gente conseguir manter a rotina até o dia da corrida, mas isso é sensacional. Tô contando os dias, eu tô mega ansiosa para essa corrida.
Como é que está o seu treino?
Então, eu treino todos os dias, mas eu intercalo. A gente não pode treinar a corrida todos os dias. A gente tem que ter um treino de mobilidade também, então o meu personal, óbvio, me ajuda muito nisso e eu treino beach tennis, corrida, musculação. Dou uma misturada em tudo e tudo isso ajuda na resistência, na hora da prova também.
E alimentação, muita proteína?
Muita proteína, muita proteína e carbo também. A gente não pode esquecer, mas também muita proteína.
Falando em alimentação, você também coloca no Instagram como se fosse um quadro. “Mari na cozinha”. Como é que começou essa paixão por alimentação saudável? Porque você inclusive, ensina algumas dicas ali de, ou um biscoito ou uma refeição mais saudável, menos calórica, com menos carboidrato e mais proteína, né? Como é que surgiu essa paixão por alimentação saudável?
Eu descobri que eu era intolerante à lactose e tinha síndrome do intestino irritável.
Com quantos anos?
Então, a intolerância à lactose com 16 (anos), mas só me contaram agora. Eu fiz o exame há pouco tempo eu descobri que eu realmente já era intolerante há muito tempo. E eu desenvolvi a síndrome do intestino irritável por conta dessa intolerância. Então eu não posso comer muita coisa, muita coisa me faz mal.
E hoje em dia é muito difícil a gente chegar em um restaurante e procurar um prato que não tenha nada de lactose, de glúten. Então eu decidi começar a cozinhar, começar a testar várias receitas e compartilhar isso com os meus seguidores também. Eu sei que muita gente quer entrar nesse mundo, tem essa dificuldade que nem eu, então eu queria começar a compartilhar com todo mundo e foi aí que eu descobri, “gente, eu consigo cozinhar”.
E consegue se alimentar bem, não passa fome.
Não passo fome, gente. Nem um pouco. Vocês não têm ideia de como eu como (risos).
Mari, eu já comentei aqui que você adora viajar e mostra até os seus roteiros para os teus seguidores. A gente foi às ruas, ouviu mais gente e tem uma curiosidade de um dos seus seguidores. Olha só:
“Oi, Mariana, tudo bem? Meu nome é Brenda. Eu quero saber como você consegue manter a forma mesmo viajando?”
Olha, essa pergunta eu recebo muito no meu Instagram, essa é muito boa. Então, normalmente, quando eu viajo, eu sempre me preocupo com a minha rotina. Então eu acabo levando minha suplementação para a viagem. Não deixo de tomar meus suplementos, meu whey protein, minha creatina e eu sempre opto por coisas mais saudáveis.
Óbvio que eu não vou deixar de comer um doce, não vou mentir para vocês. Eu vou comer uma sobremesa, eu vou provar algo diferente que tem em outro país. Eu gosto de conhecer as outras culturas, então não deixo de comer nada. Eu não passo vontade, mas eu sei exatamente o momento que eu tenho que parar e colocar o pé no chão e parar.
Qual é esse momento? Como é que você consegue descobrir?
Então eu não posso abusar assim no café da manhã, no almoço e na janta, então eu escolho, por exemplo, no almoço. “Hoje vou comer uma sobremesa? Então amanhã eu vou me poupar dessa sobremesa. Amanhã eu vou fazer uma refeição mais balanceada. Vou dar uma andada”, não preciso fazer tudo com de Uber, por exemplo, na viagem.
A gente caminha bastante, isso já ajuda muito, porque obviamente a gente come muito em viagem, eu como muito em viagem, quem me acompanha, sabe. Então eu sempre opto por caminhar bastante e isso ajuda.
E você leva alguma barrinha de cereal, por exemplo, tenta manter uma organização na alimentação de três em três horas. Tem algum programa?
Eu tenho isso. Eu costumo comer de três em três horas, mais ou menos, em poucas quantidades, mas com proteína, enfim, com tudo o que eu preciso, o que a minha nutricionista passou. Mas em viagem tem vezes que a gente não consegue fazer exatamente. A gente está fora, por exemplo, deu três horas e eu estou fora, o que é que eu faço? Então eu vou em algum restaurante e escolho uma salada de fruta. Eu não preciso comer algo que me encha por completo, então eu sempre vou balanceando, mas eu não passo vontade. Se eu estou com vontade de comer um doce, de comer uma massa, eu como.
Além de influenciadora, você é criadora de conteúdo, principalmente por essa questão da vida saudável, de uma alimentação mais regrada. Como você vê o mercado de influenciadores e criadores de conteúdos daqui a alguns anos?
Eu acredito que vai crescer cada vez mais. Eu vejo que já cresceu de uns anos para cá, eu comecei em 2019 e eu vejo que, atualmente, inclusive, o mercado de influencer está bem maior do que o de modelo. Então todo mundo procura esse apoio em uma rede social, entre e fala “ai meu Deus, eu preciso de uma dica de viagem”, a gente procura por alguém que tenha essa dica de viagem. “Preciso de dica de alimentação saudável”, a gente procura essa dica, então acredito que só tem a crescer.
Eu queria que você desse uma dica para quem realmente está querendo seguir esse nicho de influenciadores digitais ou de criadores de conteúdo. O que você diria? Você começou em 2019, mas você já tem essa habilidade desde cedo por ser uma pessoa extrovertida, por ser modelo, mas e quem não tem? Qual dica você daria?
Assim, a gente não pode ter vergonha de nada. Não ter vergonha de postar, postar o seu dia completo. Todo mundo gosta de assistir, gosta de fazer parte do dia a dia, então posta tudo o que você tem vontade, não pensa no que os outros vão pensar. Quanto mais a gente se solta, quanto mais a gente acaba sendo a gente, mais a gente chama o público mesmo. A gente acaba transmitindo a verdade e é isso que a gente consegue, consegue trazer. Então não tenha vergonha, posta tudo o que você tiver vontade.
E é uma troca também, não é? Você também passa informações, o que você recebe de retorno? Você deve receber muitas mensagens carinhosas.
Sim. É muito gostoso quando a gente vê que tem alguém motivado por causa de um post, sabe? “Mari, eu vi que você começou a treinar, eu comecei a treinar por sua causa”.
Você motivou a pessoa.
Eu motivei a pessoa é isso, eu não tenho como dizer. É muito gratificante, de verdade. Então ver que muitas pessoas entraram para a vida fitness, agora sabem se vestir porque dei dicas de moda, então tudo isso é, é gostoso demais.
Tá aí a palavra: influenciadora. Mas você influencia com conteúdo e com, por exemplo, uma alimentação saudável. Tem alguma história que você lembra de ter conseguido mudar a vida de uma pessoa?
Sim, inclusive eu lembro de uma menina que ela tem o mesmo problema que eu. Ela descobriu que tinha síndrome do intestino irritável porque eu postei. E ela virou para mim e falou, “eu tenho todos os sintomas que você está falando. Nenhum médico descobre o que eu tenho. Eu acredito que é isso”. Ela foi fazer o exame, ela realmente tinha, e ela descobriu que tinha por conta dos meus vídeos. E desde então ela me acompanha. ela sempre me manda, “Mari, quero sua ajuda, me manda uma receita”. Eu mando uma receita para ela. Ela também compartilha comigo, então é isso que eu acho legal. Assim, na vida do influenciador a gente se comunica com as pessoas e a gente tem essa troca. Isso é muito gostoso.
Mari tem mais uma última pergunta feita por uma seguidora sua, vamos ouvir?
“Quando você decidiu que seria possível conciliar a vida de influencer com a vida de modelo?”
Olha bem difícil. Todo mundo me pergunta como eu tenho pique para tudo isso. E realmente eu não paro. Então tem dias que eu tenho três trabalhos por dia. De manhã eu tenho trabalho. À tarde, eu tenho outro. À noite eu tenho outro. Mas eu tenho que conciliar, eu tenho que dar um jeito de montar a minha agenda, deixar bem certinha e conseguir conciliar todos os trabalhos. Mas dá tudo certo. Sou ligada no 220, então eu não paro.
Mari, como é esse planejamento? Você precisa de uma pessoa? Porque há muita curiosidade nisso. Quem quer seguir esse mercado, será que precisa de uma ajuda ou de um assessor ou de alguém que possa planejar a agenda? Você tem alguém que te ajude ou não?
Nesse momento eu que planejo a minha agenda. Então muitas vezes eu fecho os trabalhos, então eu sou minha própria empresária. Eu fecho meus próprios trabalhos como influencer e como modelo. Eu tenho minha agência. Então eu tenho que bater a minha agenda junto com a de modelo. É difícil, é muito difícil, mas eu gosto dessa vida corrida, sabe? Eu falo, se tem um dia que tem um espaço livre, eu falo “não, agora é o momento de bolar alguma coisa, vou criar alguma coisa”, eu não fico parada em momento nenhum.
Você está fazendo Administração de Empresas, mas é para agregar ou você pensa de repente em deixar esse nicho e viver só como administradora de empresas, trabalhar num emprego com carteira assinada, por exemplo, ou não?
Eu pretendo lançar a minha própria marca, então tudo já foi pensado desde muito nova. O meu sonho era lançar algo meu para os meus seguidores. Eu sempre quis isso. Ter algo meu, concreto. Então eu precisava da faculdade de administração para poder abrir meu próprio negócio, para entender, para conseguir organizar, planejar. Então já foi tudo bem pensado.
Como a gente já disse aqui, influenciadores também viram empreendedores, né?
Com certeza.