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Apoio a empreendedores em regiões periféricas fortalece novos negócios – Observatório do Terceiro Setor

Redação Observatório 3º Setor Inovação e tecnologia Economia de territórios vulneráveis é movimentada pela aposta nas pessoas e suas

Apoio a empreendedores em regiões periféricas fortalece novos negócios – Observatório do Terceiro Setor


Economia de territórios vulneráveis é movimentada pela aposta nas pessoas e suas iniciativas
Por Sauanne Bispo
O campo do empreendedorismo vem se consolidando cada vez mais no Brasil nos últimos anos. Entretanto, ainda está concentrado principalmente em espaços centrais e já estabelecidos de poder, embora apresente um alto potencial para diminuir desigualdades econômicas no país, por meio do fortalecimento da economia local em bairros periféricos.
Pouco se olha para o empreendedor e a empreendedora das periferias, seja do ponto de vista das políticas públicas ou mesmo das instituições investidoras e aceleradoras. Em seu cotidiano, eles enfrentam diversos empecilhos como a dificuldade de acesso a crédito, a falta de espaço e estrutura para organizar melhor e expandir seu negócio e a ausência de informações qualificadas e acessíveis sobre finanças, formalização, ideias de negócios, marketing, expansão sustentável e bons cases periféricos inspiradores. Ao mesmo tempo, o estudo O futuro da inclusão produtiva, da Fundação Arymax, em parceria com B3 Social e Instituto Veredas, mostra que, nos últimos anos, antes da Covid-19, a taxa de desocupação no Brasil subiu 12% e a de informalidade chegou a 38%, com um pior impacto entre os mais pobres, o que revela um grande desafio de inclusão produtiva.
Todo esse cenário pauta e justifica o trabalho da Fundação Tide Setubal, em seu programa de nova economia e desenvolvimento territorial, que capacita, fomenta e apoia, técnica e financeiramente, dezenas de pessoas que têm gerado renda em áreas vulneráveis, incluindo vários jovens, criativos e ávidos por inovar em seus pequenos negócios. O objetivo do trabalho é atrelar as características da nova economia, como inovação e oferta de serviços, ao desenvolvimento territorial, com o foco na melhoria de vida dos cidadãos. Apenas em 2020, por meio da Jornada Empreendedora Inova ZL, dez microempreendedores periféricos, selecionados entre trinta, foram fomentados pela Tide Setubal com até R$ 5 mil cada, para acelerarem seus negócios, e também receberam preparo técnico. Houve apoio também para Casa Preta Hub e ANIP (Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia) e constituição da Aliança de Empreendedorismo, composta pela Tide Setubal, Instituto Humanize e Fundação Arymax — esta última parceira também de uma Jornada Empreendedora voltada para Moda na ZL, a ser realizada pela Tide Setubal em 2021.
Com essa lógica, colabora-se para que pequenas empresas sigam operando nas periferias de forma mais organizada e para que surjam novas iniciativas, muitas delas capazes também de resolver os problemas específicos das periferias. Promove-se ainda uma troca de experiências e uma rede de relacionamento local, possibilitando a colaboração entre empreendedores e empreendedoras de uma mesma região e que partilham uma realidade similar. Os esforços são, portanto, para que os empreendedores periféricos compreendam que são capazes, ao mesmo tempo, de gerar renda, de movimentar a economia local e de desenvolver seu território.
A mentoria das pessoas para o empreendedorismo nas periferias é essencial porque ela trabalha a autoestima, desconstrói discursos de impotência e incapacidade e desperta potencialidades e inventividade. Um primeiro negócio pode até não dar certo, mas com as mentorias a pessoa física certamente dará. As formações de 2020 evidenciaram, por exemplo, o desenvolvimento de mulheres que amadureceram seu negócio, firmaram parcerias e aumentaram suas vendas, auferindo mais lucro. A presença feminina, aliás, foi maciça: dos projetos de aceleração em 2020, 70% eram de mulheres. Em parceria com o Instituto Grupo Pão de Açúcar, o projeto Empreendedoras Periféricas proporcionou formações para o desenvolvimento de habilidades emocionais e de gestão e apoio financeiro individual de R$ 4,5 mil ou R$ 9 mil para 17 empreendedoras negras de origem periférica de três regiões do Brasil em 2020.
Os jovens das periferias são outro grupo etário que pode se beneficiar do empreendedorismo, na medida em que sejam qualificados, apoiados e conduzidos para tal. Por isso, a Fundação Tide Setubal integra a iniciativa GOYN (Global Opportunity Youth Network), aliança mundial, liderada pelo Instituto Aspen, para promover a inclusão produtiva de jovens em situação de vulnerabilidade social com a participação ativa do Núcleo Jovem, formado por jovens-potência. A ação foi lançada no Brasil em novembro de 2020 e acontece na cidade de São Paulo com o apoio de mais de 85 organizações diferentes.
Um amplo mapeamento do GOYN identificou cerca de 700 mil jovens-potência na capital paulista que não têm acesso a oportunidades dignas de trabalho. Por meio de esforços coletivos, fixou-se a meta de inserir produtivamente 100 mil jovens da cidade em 10 anos. Só a Fundação Tide Setubal conta com 521 currículos em seu Banco de Dados, o que lhe permite oferecer mão de obra qualificada, contribuindo assim para incluir 10 mil jovens a cada ano. Afinal, não basta haver uma inclusão produtiva, ela precisa ser digna, sustentável e desenvolver as pessoas.
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Sobre a autora: 
Sauanne Bispo é coordenadora do programa de nova economia e desenvolvimento territorial da Fundação Tide Setubal. Estatística pela Universidade Federal da Bahia, atuou com pesquisa de mercado para desenvolvimento de negócios no Brasil e Índia, tendo se aprofundado em empreendedorismo e desenvolvimento socioeconômico de países da África. Lecionou no Instituto Steve Biko, foi estatística no Centro de Formação da OAF — Organização de Auxílio Fraterno e na Africare, em Washington D.C.



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