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Apps dão dinheiro por nota fiscal que você ia jogar fora; vale a pena? – UOL Economia

Aplicativos estão oferecendo dinheiro para você enviar as notas ou cupons fiscais de compras feitas em supermercados e farmácias.

Apps dão dinheiro por nota fiscal que você ia jogar fora; vale a pena? – UOL Economia

Aplicativos estão oferecendo dinheiro para você enviar as notas ou cupons fiscais de compras feitas em supermercados e farmácias. Em contrapartida, elas coletam dados de consumo e oferecem para empresas fazerem pesquisas. Outros apps fornecem reembolso (cashback) caso você compre as marcas indicadas por eles – e com isso estimulam a compra destes produtos. Confira abaixo como isso funciona e quais os riscos envolvidos.
Você envia uma foto do cupom ou nota fiscal com seu CPF. Empresas como Dinheiro na Nota, Dinerama, Meliuz, Gelt, OláNota e Winn estão entre as que te dão cashback pelo envio do documento. Cada uma tem suas próprias regras. Em geral, as plataformas só aceitam notas fiscais associadas ao CPF do usuário. Isso evita que pessoas enviem muitos documentos de compras feitas por terceiros.
Juca Kfouri
PVC
Milly Lacombe
Fernanda Magnotta
A empresa vende seus dados ou faz pesquisa de mercado. Quando o cliente envia a foto do cupom ou nota fiscal, ele manda também dados pessoais, como nome e CPF, e seus dados de consumo, além de informações da empresa que vendeu o produto.
O valor acumulado pode ser transferido para a sua conta. Geralmente, você pode enviar o dinheiro para sua conta bancária depois de cumprir requisitos específicos, como cadastrar um número predeterminado de notas fiscais válidas.
A maioria das plataformas aceita notas de supermercados. Algumas expandem essa oferta para incluir farmácias e outros estabelecimentos, mas raramente englobam notas fiscais de serviços.
Dinheiro na Nota promete pagar R$ 0,10 por cada nota fiscal válida. O app ainda paga um bônus de R$ 1 a cada 20 notas e R$ 10 a cada 200 notas. Também há bônus de indicação e sorteios.
Outros aplicativos devolvem percentual de valor pago pelo produto. É o caso do Winn, Dinerama e Gelt. O percentual varia conforme o produto comprado ou a loja e mercado em que ele comprou.
Dá para ganhar 15% de cashback em fraldas ou gin. O Méliuz oferece mais cashback na compra de alguns produtos. No início de setembro, fraldas das marcas Huggies e Pampers ofereciam cashback de até 15%. A compra de um gin Beefeater e mais uma Tônica Antártica também rendiam 15% de cashback. Há limite de compra por usuário.
Por trás deste negócio, está o valor da informação. Essas notas fornecem informações valiosas sobre os hábitos de consumo. Os dados também podem ser compartilhados com parceiros para uma análise mais profunda dos padrões de compra.
Empresas podem influenciar o que você compra. Como você pode ganhar um dinheiro a mais por optar por uma marca de bebida ou sabão em pó, por exemplo, essas plataformas podem afetar seus hábitos de consumo. “O que estes aplicativos fazem é criar um mapa de consumo de cada pessoa, associados ao CPF. É importante que as pessoas fiquem atentas ao que os apps dizem sobre como esses dados serão tratados, pois eles serão vendidos para terceiros”, afirma Emilio Simoni, especialista em segurança digital e fundador da AHT Security.
Méliuz ganha com fidelização. A startup, por exemplo, tem um modelo de negócios que combina vendas com serviços financeiros. A plataforma digital serve como uma vitrine, que vende os produtos de seus parceiros em troca de uma comissão. Ou seja, empresas anunciam no Méliuz, que divide parte dessas receitas com os consumidores – o cashback. Também oferece cartão e outros serviços.
Cashback é mais atraente para o consumidor. Na visão do consumidor, receber parte dos gastos da compra de volta é melhor do que ganhar desconto, diz Rosiane Duarte, analista de investimentos da Toro Investimentos. “Quanto mais o cliente compra pela plataforma, mais ele se beneficia, tendo parte da compra de volta, e mais a companhia ganha. Isso faz com que o modelo seja de grande impacto, visto que um único cliente pode realizar diversas operações”, afirma ela.
Você está dando seus dados a empresas, que podem sofrer vazamento de informações. Consumidores devem entender as regras e que estão, de certa forma, “pagando” com seus dados pessoais. “Outro ponto importante é que as empresas não podem enviar dados das pessoas sem o consentimento delas, porque isso pode ter consequências legais”, declara a advogada Ana Teresa Piza.
Cuidado na hora de baixar os aplicativos. Verifique se o aplicativo é o oficial. “Fique atento aos vídeos no YouTube e nas redes oficiais que ensinam a ganhar cashback, e se eles estão encaminhando para apps em lojas como Google Play e Apple Store”, afirma Simoni.
É preciso ler atentamente os “Termos de Uso” e a “Política de Privacidade”. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) torna essas empresas responsáveis por essas ocorrências. “Conhecer as regras é fundamental não apenas para decidir de forma consciente aceitar ou não, mas também para exigir o cumprimento por parte da empresa, caso isso não aconteça”, diz Piza.
Cuidado com gastos desnecessários. “De tempos em tempos, surgem ondas de aplicativos de desconto ou cashback que incentivam compras de certos produtos, que levam muita gente a fazer compras por impulso”, diz Valter Police, educador financeiro. “Se você já ia gastar, melhor ganhar algo de volta do que não ganhar nada. Mas a questão é: você precisava mesmo daquilo ou só comprou pelo desconto ou cashback?”
Cada aplicativo opera de uma forma. A pedido do UOL, a advogada especialista na área fiscal Ana Teresa Whitaker Piza compilou algumas informações.
Dinerama
Dinheiro na nota
Gelt
Méliuz
Winn
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