Capixabas sofrem golpe em aplicativo de anúncios e perdem dinheiro após ter Whatsapp invadido – Folha Vitória

Nos últimos dois meses, pelo menos dois capixabas sofreram o mesmo golpe ao entrarem em contato com supostos atendentes de um aplicativo de anúncios. Em um dos casos, os golpistas conseguiram roubar um total de R$ 3,3 mil de três amigos da vítima. 
A primeira vítima foi Igor Marchesi, em fevereiro, que tentava vender um carro e tinha um anúncio ativo na plataforma. O golpe começou quando ele recebeu uma mensagem como se fosse do próprio aplicativo, solicitando a verificação de um código. A vítima achou estranho e ignorou. 
Em seguida, Igor conta que ficou recebendo uma série de ligações de números desconhecidos, por cerca de três dias. Nas primeiras tentativas, ele optou por ignorar, mas por conta da insistência, atendeu e escutou uma voz robótica dizendo o mesmo conteúdo da mensagem. Apesar disso, a vítima desligou e não seguiu as ordens de verificação da suposta central de atendimento do aplicativo, mas mesmo assim, teve o Whatsapp invadido. 
Após horas sem conseguir acessar a própria conta no Whatsapp, a vítima conseguiu contato com a operadora, bloqueou a conta e precisou trocar de número. “Eu tenho muito cliente no Whatsapp, trabalho com vendas e eles poderiam ter dado um prejuízo muito maior, mas graças a minha atitude rápida de bloquear o número, eles não conseguiram finalizar o golpe”, disse Igor. 
Igor não chegou a registrar o caso na polícia, porque não houve prejuízos maiores, mas conseguiu contato com a plataforma de anúncios. “A empresa me respondeu dizendo que não enviam mensagem pra usuários no chat, que iriam apurar as informações e a conta do suspeito já teria sido suspensa”, afirmou. 
Prejuízo de R$ 3,3 mil
Apesar da resposta da empresa à primeira vítima, outro usuário sofreu o mesmo golpe no dia 25 de março. Desta vez, os golpistas conseguiram ter sucesso e ganhar dinheiro das vítimas. Com um anúncio de venda de cachorros no aplicativo, Cleber Guimarães fez o procedimento orientado pelos golpistas e acabou tendo a conta do Whatsapp hackeada.
Os golpistas seguiram exatamente o mesmo roteiro da primeira vez, a diferença, é que neste caso, ao invadirem o Whatsapp do rapaz, eles conseguiram contato com amigos que estavam recentes na lista de contatos. 
Durante as conversas, os criminosos se passavam pela vítima, dizendo precisar de ajuda financeira. Os amigos, que ainda não sabiam de nada, foram enganados e três deles depositaram R$ 1,1 mil cada um na conta dos golpistas. 
O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), em Vitória. Os suspeitos ainda não foram identificados e as vítimas continuam no prejuízo. 
Precaução
Segundo o delegado, Brenno Andrade, responsável pelo caso, golpes em plataformas de anúncios são muito comuns na delegacia de crimes online, mas esse tipo específico ainda não havia sido registrado na Grande Vitória. 
Para o delegado, é importante que os usuários dessas redes estejam sempre atentos as informações e solicitações que recebem. “O conselho é entrar no site do aplicativo para pesquisar ou até mesmo entrar em contato com a empresa, para ter a certeza que o procedimento é real. Nunca passe informações desse tipo, porque é muito comum que criminosos peçam o número das vítimas, assim, eles conseguem ter acesso a várias coisas”, alertou. 
O outro lado
A OLX, empresa responsável pela plataforma de anúncios, esclareceu que a solicitação de códigos de confirmação/códigos de segurança, dados cadastrais e pessoais não é uma prática adotada em nenhuma situação. 
“Nesta plataforma, não é necessária validação com código de segurança para utilização do chat e informações que permitam acesso à sua conta via chat, telefone, SMS, whatsapp e redes sociais nunca serão solicitadas. Todas as regras e informações sobre o aplicativo estão no site, para que o usuário possa se proteger nessas situações”. 
Ainda na nota, a plataforma também pontuou que disponibiliza um botão de denúncia em todos os seus anúncios e contatos no chat, possibilitando que qualquer pessoa denuncie eventuais práticas irregulares ou conteúdos indevidos. 

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