Como funciona o Telegram [segurança e privacidade] – Tecnoblog – Tecnoblog
O que é (e como funciona) o Telegram? Podemos dizer que é um mensageiro bem parecido e bem diferente
O que é (e como funciona) o Telegram? Podemos dizer que é um mensageiro bem parecido e bem diferente do WhatsApp
Quando o assunto é substituir o WhatsApp, um nome que sempre é lembrado é o do Telegram. Como o próprio se define, “o Telegram é um aplicativo de mensagens com foco em velocidade e segurança, é super-rápido, simples e grátis”. Sem fazer muitas concessões, é possível trocar um pelo outro sem sofrimento, a interface é parecida.
Como diferencial, além da pegada forte em segurança e privacidade, você pode usar o Telegram em todos os seus dispositivos ao mesmo tempo: computador, celular ou versão Web — e as suas mensagens serão sincronizadas em todos os dispositivos.
O Telegram é um aplicativo de mensagens, sem modelos de negócio que envolvam anúncios ou lojas. O mesmo aplicativo serve para todos os tipos de usuários que queiram trocar mensagens rápidas e fazer chamadas de voz e também de vídeo*.
Lançado em 14 de agosto de 2013 para iOS, teve a versão alfa para Android oficialmente em 20 de outubro de 2013. De lá para cá, mais clientes para o Telegram apareceram, construídos por desenvolvedores independentes e ganharam o mundo e usuários.
O Telegram tem grupos enormes, que podem chegar a até 200.000 membros, com recursos básicos como respostas, menções e hashtags. Os donos dos grupos podem nomear administradores para gerenciar essas comunidades e, em caso de grupos públicos, qualquer pessoa pode entrar e participar de conversas que rolam por lá.
Tem GIFs animados, um editor simples de fotos embutido e uma plataforma aberta de stickers (as famosas figurinhas). Com o suporte à nuvem do Telegram e as opções de gerenciamento de cache, o app pode ocupar quase nada de espaço de armazenamento.
Em resumo, (porque este não é um comparativo) uma das principais diferenças do Telegram é que, ao contrário do WhatsApp, trata-se de um mensageiro baseado em nuvem com sincronização contínua. Isto é, você pode acessar as mensagens de vários dispositivos ao mesmo tempo — incluindo celulares, tablets e computadores.
Fotos, vídeos e arquivos ( do tipo .doc, .zip, .mp3 …) podem ter até 2 GB cada, com envio ilimitado no que diz respeito a quantidade. O Telegram promete que as conversas são e continuarão gratuitas — sem anúncios e taxas de assinatura. Ou seja, seus dados não serão usados em negócios baseados em publicidade e comportamento de consumo.
Em 2021, é esperado que o Telegram inicie um processo de monetização para canais públicos e/ou lance stickers premium para pagar a infraestrutura e os salários dos desenvolvedores, mas obter lucros não é uma meta, diz o fundador e CEO Pavel Durov.
Durov já fez duras críticas a grandes empresas de internet como Facebook e Google ao longo dos últimos anos. Entende que elas oferecem ferramentas superficiais para acalmar o público, mas não mudem nada a forma como entregam dados ao marketing.
Aos usuários, é oferecido o suporte a duas camadas de criptografia. A criptografia cliente-servidor, que é usada em chats na nuvem (chats privados e em grupo).
Já os chats secretos usam uma camada adicional de criptografia cliente-cliente. Todos os dados, independentemente do tipo, são criptografados da mesma maneira no app.
Note que o Telegram usa a criptografia ponta a ponta nos chats secretos. As conversas normais e grupos passam pela nuvem do Telegram, com uma encriptação diferente.
O Telegram, possui um servidor próprio — uma nuvem — com criptografia que faz o seguinte caminho: cliente-servidor e servidor-cliente e armazena as mensagens dos usuários por lá e não nos dispositivos, com alta proteção conforme promete o app.
Os chats secretos são recursos para quem quer sigilo. Além da criptografia de ponta a ponta, as mensagens não podem ser encaminhadas a outros. Quando você apaga as mensagens do seu lado da conversa, o aplicativo do outro lado do chat secreto será solicitado a apagá-las também — seja por meio de autodestruição programada ou não.
Os chats secretos ficam no dispositivo e não fazem parte da nuvem do Telegram. Isso significa que você só pode acessar mensagens e pode ser solicitado a apagar o chat.
O Telegram é baseado no protocolo MTProto, compatível com velocidade e segurança.
Para quem ficou curioso, o Telegram diz que tudo “é baseado em criptografia AES simétrica de 256 bits, criptografia RSA de 2048 bits e troca de chave segura Diffie-Hellman.
“O Telegram pode ajudar quando se trata de transferência de dados e comunicação segura. Isso significa que todos os dados (incluindo mídia e arquivos) que você envia e recebe via Telegram não podem ser decifrados quando interceptados pelo seu provedor de serviços de Internet, proprietários de roteadores Wi-Fi conectados a você ou outros terceiros”, explica.
“Mas lembre-se de que não podemos protegê-lo de sua própria mãe se ela pegar seu telefone desbloqueado sem uma senha. Ou do seu departamento de TI, se eles acessarem seu computador no trabalho. Ou de qualquer outra pessoa que tenha acesso físico ou root aos seus telefones ou computadores que estejam executando o Telegram”, completam.
O Telegram só tem um aplicativo, não reservando recursos específicos para empresas. Basicamente, temos Telegram para Android, iOS e macOS/Windows/Linux (multiplataforma). Há versões diferentes para desktop, é verdade. Um é o aplicativo nativo para macOS e o outro é a versão macOS do cliente que é multiplataforma.
Os dois aplicativos são, atualmente, apps oficiais. Ambos começaram como aplicativos não-oficiais por dois desenvolvedores diferentes e variam em design e funcionalidades.
Você vai encontrar, ainda, o .apk do Telegram (Android) e o Telegram X, mais rápido, feito do zero, com base de código inteiramente nova e sem componentes legados.
Dito tudo isso, você ainda tem o Telegram Web e uma versão dele o para Chrome.
Para usar, basta usar o seu número de celular para fazer login em todos os aparelhos.
Esse é um breve resumo de como o Telegram funciona. Ainda é algo sobre confiar na nuvem do Telegram e em suas tecnologias de privacidade e segurança. Contudo, é um aplicativo que já dispensa, num primeiro momento, modelo de negócio usando dados.
*Texto atualizado para corrigir a informação: o Telegram já tem chamadas de vídeo
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Melissa Cruz Cossetti
Ex-editora
Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.
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