Como se preparar para ganhar dinheiro com a inteligência artificial? – Inteligência Financeira
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Enquanto muitos brasileiros ainda se perguntam o que é inteligência artificial, há quem diga que estamos diante de uma das maiores mudanças na vida em sociedade em muito tempo. “Será a maior mudança tecnológica que veremos em nossas vidas”, previu o CEO do Google, Sundar Pichai, em publicação no mês passado. Para Pichai, pode ser uma transformação maior que a da própria internet.
De acordo com especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira há motivo para você ficar esperto, mas não para pânico. As mudanças devem atingir todos os setores em alguma medida, mirando automatizar tudo o que puder ser automatizado. No entanto, a boa notícia é que ainda dá tempo para você entender as transformações e se preparar para surfar essa onda.
“Inteligência artificial não é coisa de gente de tecnologia. A inteligência artificial é algo que vai impactar os negócios, a forma como a gente trabalha e até a nossa vida no dia a dia”, afirma Junior Borneli, CEO da escola de negócios StartSe.
“A quantidade de ferramentas que vem surgindo para fazer novas análises é impressionante. Estamos ainda no começo, mas é uma evolução marcada a passos rápidos”, explica Thiago Kapulskis, head de Global Tech do time de equity research do Itaú BBA e colunista da Inteligência Financeira.
Borneli, Kapulskis e João Duarte, co-founder e CTO da Trybe, conversaram com a reportagem sobre o que e como você deve aprender para se preparar e se destacar em um mundo do trabalho que será cada vez mais pautado pela inteligência artificial.
Antes de mais nada, vamos repassar o que é inteligência artificial.
Segundo o dicionário britânico Cambridge, inteligência artificial é “o uso ou o estudo de máquinas e sistemas de computador para terem algumas das qualidade que o cérebro humano possui”. E prossegue: “como a habilidade de interpretar e produzir linguagem de uma maneira que pareça humana, reconhecer ou criar imagens, resolver problemas e aprender a partir de dados fornecidos a eles”.
De acordo com Junior Borneli, a IA não é uma coisa totalmente nova na nossa vida. Ela está, por exemplo, na origem da forma como o Waze te indica o melhor caminho de carro ou como a Netflix interpreta seu histórico como espectador para saber que você, sim, vai querer assistir a nova comédia romântica lançada por eles.
Também faz parte da vida do mercado financeiro há tempos. Por exemplo, com ferramentas que analisam as informações de um determinado cliente para responder a uma solicitação de crédito sem que um atendente precise se debruçar sobre os dados informados.
João Duarte explica que embora máquinas serem treinadas para automatizar atividades não seja uma grande novidade, estamos diante de um novo e importante momento para a tecnologia. “O que estamos vendo é a IA chegando na ponta, nas pessoas, deixando de ser uma tecnologia exclusiva dos bancos, das grandes empresas e se tornando acessível às pessoas”, afirma.
A grande novidade recente é o surgimento das ferramentas que se enquadram no que foi chamado de “inteligência artificial generativa”. São plataformas como o ChatGPT, capazes de processar enormes bases de dados e reproduzir padrões complexos para diversas tarefas. Entre elas produzir conteúdos, participar de conversas e dar respostas a problemas e demandas dos usuários.
Para Junior Borneli, da StartSe, o primeiro impacto imediato vai ser um ganho de produtividade, com a automatização de atividades. “Se antes eu tinha que escrever manualmente 5 ou 10 versões de um anúncio de venda, agora eu peço para a IA e consigo fazer novas versões em segundos”, exemplifica.
Ele cita outros exemplos. Um programador antes precisaria de muito tempo para analisar um código e encontrar uma falha. Hoje, a IA é capaz de aprender o padrão e encontrar o erro em segundos, economizando horas de trabalho.
Por um lado, portanto, trata-se de uma vantagem para muitos profissionais e empresas, que tendem a ganhar com a melhora da produtividade. Por outro, teme-se que a eliminação de atividades repetitivas possa causar desemprego.
Não há consenso sobre o que vai acontecer, mas é certo que existem habilidades para os profissionais assegurarem seu lugar ao Sol nas mudanças, que não devem tardar a acontecer. “É como quando surgiu o computador pessoal ou o iPhone, que permitiu a criação de várias novas empresas, como o iFood e a Uber. Só que agora eu não preciso comprar nada novo, eu já tenho a máquina, isso vai fazer tudo acontecer mais rápido”, diz Borneli.
Thiago Kapulskis, do Itaú BBA, explica que as ferramentas de inteligência artificial ainda são muito eficazes para que a pessoa física possa investir melhor. “Se eu for usar o ChatGPT ou o Copilot para finanças, eu necessariamente tenho que ter uma ideia bem completa do que eu vou perguntar para ele antes, então ainda não tem algo muito para o leigo”, afirma.
O head de global tech do Itaú BBA diz, no entanto, que já é possível usar as ferramentas para obter e processar algumas informações. E assim, ter uma ajuda na tomada de decisões. Por exemplo, pedir para a ferramenta resumir conteúdos e relatórios a respeito de uma determinada empresa. Isso seja para encontrar e detalhar uma informação específica ou para solicitar os principais pontos daquele material.
Da mesma maneira, as ferramentas já permitem que se consulte o histórico de desempenho de determinada ação e fazer projeções para o futuro com base em determinadas premissas do que já aconteceu no passado.
Se você quer investir para surfar a onda da inteligência artificial, Thiago Kapulskis fez um panorama, em sua coluna para a Inteligência Financeira, de como as empresas estão posicionadas e como você pode se posicionar também.
Com a ajuda dos especialistas, formulamos X dicas para você se aprimorar e conseguir aproveitar o melhor da inteligência artificial, para progredir na carreira e ganhar mais dinheiro.
A primeira coisa a fazer é refletir sobre a sua profissão e rotina e tentar antever os impactos da IA. Isso pode ser feito observando quais tarefas que você realiza no seu dia a dia podem ser encurtadas com o uso das ferramentas.
Por exemplo, se você é um designer e seu trabalho inclui produzir imagens de forma repetitiva a partir de determinados padrões. Possivelmente, você consiga adotar a inteligência artificial para reproduzir essas imagens a partir de orientações às ferramentas. Assim, te permitindo se dedicar mais ao processo de idear os conteúdos do que propriamente de produzi-los.
Ou, pensando no meu caso, como uma jornalista. No exemplo de Junior Borneli, “se o presidente Lula for no podcast Flow e você precisar saber o que ele disse para uma matéria, você vai colocar o link, a IA vai transcrever e, se você quiser, já pode te dizer quais foram os principais assuntos da entrevista.”
Uma tendência, de acordo com os especialistas, é que a automação de atividades vá permitir que se priorize mais um olhar criativo e estratégico. “Saber articular as ideias com pensamento crítico para tomar as decisões corretas vai ser ainda mais importante”, afirma João Duarte, da Trybe.
O especialista explica que “no final do dia, tudo que a IA produz é a partir de coisas que já existem”. Duarte cita que, embora a IA consiga reproduzir coisas que já viu, existe uma tendência a que o repetitivo se banalize e a criatividade seja diferencial. “As pessoas vão, com o tempo, passar a valorizar um trabalho mais artesanal”, prevê.
Para que a inteligência artificial consiga te dar uma boa resposta só tem um jeito: você fazer a pergunta certa. “A comunicação vai ser uma habilidade cada vez mais essencial. Se você tiver dificuldades de comunicar, a utilidade da IA vai ser muito menor do que quem sabe se expressar corretamente”, afirma João Duarte.
Thiago Kapulskis, do Itaú BBA, pondera que a comunicação a ser aprendida para falar com as máquinas tem características específicas e técnicas. O especialista argumenta que isso pode e deve começar desde a infância.
“Para as crianças, por exemplo, vai ser cada vez mais importante ensinar a fazer perguntas do que a dar as respostas. Mais ensinar a como consultar as bases de informação do que a decoreba que nós conhecemos.”
Para os especialistas, não tem outro jeito, você só vai aprender usando. Há ferramentas diversas surgindo, mas as principais para serem testadas, no modelo perguntas e respostas, são o ChatGPT e os mecanismos de busca otimizados, como o Bing (da Microsoft) e o Bard (do Google).
A Microsoft desenvolveu uma atualização para o pacote Office, chamada de Copilot, integrando inteligência artificial aos programas conhecidos do mundo corporativo, como Excel e PowerPoint. A empresa anunciou que a partir de novembro a atualização estará disponível para clientes empresariais em geral.
Obrigado pelo feedback! continue aprendendo sobre finanças com inteligência aqui com a gente 🙂
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