Design como ferramenta para criação de experiências transformadoras – Fast Company Brasil
Ter uma metodologia de design é fundamental para conduzir projetos e solucionar problemas de maneira efetiva. No entanto, quando
Ter uma metodologia de design é fundamental para conduzir projetos e solucionar problemas de maneira efetiva. No entanto, quando incluímos emoções no design das experiências, adicionamos diversas camadas de valor ao que projetamos. É importante lembrar que, para compreender as emoções dos outros, precisamos primeiro compreender as nossas próprias emoções.
No ano passado, tive a oportunidade de me aventurar em terras dinamarquesas e aprender sobre a criação de experiências na renomada escola Kaospilot. Explorei novas perspectivas, metodologias e formas de aplicá-las em meu negócio e na vida real.
O que é uma experiência?
É a compra online enquanto navegamos pelo site, o processo de integração de um colaborador, uma visita a uma loja, uma noite em um hotel, um jantar, uma reunião de trabalho ou até mesmo uma festa que organizamos para nossos filhos. Tudo é experiência
Somos o resultado das nossas experiências na vida
Nada do que vivemos é desperdiçado. Gosto da analogia de termos uma caixa de ferramentas que vamos preenchendo com os ensinamentos que coletamos ao longo da vida. Assim, nosso trabalho vai ficando cada vez mais refinado e aperfeiçoado.
O modelo de design da Kaospilot é composto por cinco fases de uma jornada, conhecidas como “E’s”: Excitação, Entrada, Engajamento, Saída (Exit) e Extensão. O objetivo é sempre criar resultados significativos (meaningful outcomes) desde o “E”do início até o “E” final.
Esses “resultados significativos” são coletados por meio de pesquisas realizadas pela consultora de marketing e design Cheskin Added Value. Anualmente, mais de 100 mil pessoas são entrevistadas em todo o mundo. Essas pesquisas revelam semelhanças nos significados que as pessoas mais se sentem impactadas, independentemente da localização geográfica e cultura .
Os resultados significativos ganham vida através de cada uma das cinco fases do modelo. Este é um modelo integrador que pode agregar coerência, elegância e emoção aos seus projetos ou experiências.
Já faz tempo que trabalho com criação de experiências. Entre todos os desafios, os que eu mais gostava eram as experiências com interações humanas. Sentir a energia das pessoas por fazer parte daquele momento era como receber uma injeção de dopamina, com emoções geralmente positivas – mas, às vezes, também negativas, já que, na criação de experiências, imprevistos acontecem.
SEJA FLEXÍVEL: EXPERIÊNCIAS SÃO COCRIADAS
Durante o processo de criação, é importante manter o foco em suas crenças e estratégias, mas também ser flexível. Afinal, as experiências não são criadas apenas por você, mas cocriadas com outras pessoas e perspectivas diferentes, o que enriquece o projeto.
Ao ser flexível, você se torna ágil para tomar decisões rápidas, especialmente quando se trata de criação de experiências com a participação de um público presencial.
No início deste ano, Andy Sontag, diretor do programa da Kaospilot, em colaboração com a Pomar Experience, veio ao Brasil para a quarta edição do Treinamento Profissional em Experience Design.
A turma contou com a participação de 28 alunos, dois facilitadores e um time de especialistas que criou toda a jornada de experiência para esses três dias de imersão na natureza com base no modelo 5E. Incorporamos a experiência que desenvolvemos na Pomar como o pano de fundo para o ensino da metodologia Kaospilot.
A JORNADA 5E
1. Excitement: A fase inicial é fundamental para despertar a atração e a expectativa do público em relação à experiência. Para os participantes do curso, enviamos um vídeo teaser personalizado, criamos um site que apresenta nossa identidade e iniciamos a jornada online com uma atividade de acompanhamento emocional criada pela Gluuuck.
2. Entry: A entrada na experiência é o momento em que os participantes se sentem bem-vindos e acolhidos. É importante que a jornada seja não apenas acolhedora, mas também otimizada e informativa, para que ninguém tenha dificuldades em chegar ao evento. Para a chegada dos participantes, distribuímos kits de boas-vindas e oferecemos um delicioso café da manhã.
3. Engagement: O momento de engajamento é fundamental para a interação entre os participantes e as experiências propostas. Durante essa etapa, são oferecidas atividades, dinâmicas em grupo e outras formas de imersão na experiência. Para estimular o engajamento e a prototipagem, disponibilizamos lousas brancas, mesas, cadeiras, piso e materiais como um convite à criação. Além disso, nossas experiências do início e do fim dos dias foram idealizadas e realizadas pela equipe, convidando os participantes a agir e sentir em cada momento.
4. Exit: A etapa final da experiência é a saída, momento de celebração e união entre os participantes. Durante essa etapa, os participantes foram conduzidos para a saída do Lab, onde participaram do ritual final chamado Feel in Photos. Nessa atividade, eles brindaram e, em uma roda, expressaram em voz alta com uma única palavra o que levaram consigo após três dias de imersão na experiência.
5. Extension: Uma das partes mais memoráveis da experiência são as lembranças físicas e digitais que os participantes levam consigo. Ao final de cada dia, foram distribuídas extensões (lembrancinhas) físicas e digitais, incluindo playlists personalizadas, para que cada um pudesse relembrar os momentos vividos. Essas lembranças foram uma forma de manter a conexão e a energia quando as pessoas voltaram para casa.
Se tudo se resume a experiências, convido você a adotar a perspectiva de um designer de experiências e a refletir sobre as vivências que tem criado e gostaria de proporcionar para si mesmo e para as pessoas ao seu redor.
SOBRE A AUTORA
Mariana Ventura é fundadora da @pomarexperience, empresa que promove experiências na natureza para colaboradores. saiba mais