Internet: oportunidade para empreender – Folha de Pernambuco
A internet e suas múltiplas plataformas de interação se tornaram vitrines para empreendedores conquistarem mais clientes e, consequentemente, aumentarem
A internet e suas múltiplas plataformas de interação se tornaram vitrines para empreendedores conquistarem mais clientes e, consequentemente, aumentarem suas vendas. Desde a abertura de uma loja digital até a adoção de estratégias de divulgação nas redes sociais, há muitas possibilidades no ambiente virtual e os pequenos negócios apostam cada vez mais na digitalização de serviços para crescer.
De acordo com informações do Observatório de Comércio Eletrônico, uma plataforma do Governo Federal desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em um período de sete anos (2016 – 2022), o montante bruto total movimentado pelo comércio eletrônico atingiu a marca de R$ 628 bilhões. Esse valor representou um aumento substancial, passando de R$ 36 bilhões em 2016 para R$ 187 bilhões em 2022.
Seguindo essa tendência de crescimento, as projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) para os próximos anos estima um faturamento de R$ 205 bilhões para 2024, alcançando a marca de R$ 273 bilhões em 2027. Esses números apontam para um crescimento de 61% ao longo de um período de cinco anos.
Os dados demonstram o potencial de expansão desse mercado e incentivam os comerciantes a reconhecer a relevância de consolidar sua marca no comércio digital, adaptando suas estratégias e modelos de negócios de maneira eficaz para impulsionar o aumento das vendas no online.
Estratégias de transição
Heraldo Ourem, diretor de inovação do Porto Digital, afirmou que levar uma empresa para o digital é inevitável, pois “é lá que os consumidores estão”. Para quem deseja fazer a transição do ambiente de vendas exclusivamente físico para incorporar as ferramentas online, o especialista recomenda iniciar com investimentos menores para testar produtos, canais, ambientes e hipóteses de negócios.
“Esses testes irão ajudar a construir uma estratégia digital melhor fundamentada, baseada em dados em retorno”, explicou. Ele recomenda que o empreendedor, antes de estruturar uma estratégia mais robusta e completa, comece por identificar os produtos que potencialmente tenham mais aderência ao digital e que causem menos “interferência” na empresa. Assim, podem fazer recortes de mini-operações e processos que possam ser validados nesses novos fluxos de canais e vendas.
Sobre os investimentos necessários para ingressar no mercado digital, Ourem destaca que esses custos podem variar conforme o grau de maturidade digital do seu nicho de mercado e a estratégia que você deseja adotar para posicionar o seu produto. Segundo o diretor, “existem plataformas, ferramentas e frameworks disponíveis que apoiam essa jornada de transformação e a tornam acessível para negócios de diferentes tamanhos e mercados”.
Atentos ao mercado
Dona de duas lojas de artigos de festas e variedades no Centro do Recife, a empresária Juliana Bezerra Pradines, de 46 anos, passou a apostar no ambiente digital para expandir o seu negócio. Ela acredita que “o futuro está nas vendas on-line” e, para ela, os empresários “não podem negar o futuro”.
Segundo Juliana, as vendas online estão sendo gradativamente incorporadas ao seu negócio. “Temos que melhorar cada vez mais e aprender com quem sabe, para podermos entender as mudanças no mercado e melhorar a saúde de nossos negócios. As vendas on-line serão gradativas, mas de pouco em pouco, as vendas on-line serão uma parcela grande das vendas”, declarou a empreendedora.
Já Maria Rosilene Ferreira da Silva, de 36 anos, conhecida como Rose, tem um box no Mercado São José e trabalha com artesanato há 15 anos. A empreendedora iniciou fazendo feiras e eventos artesanais, e, atualmente, faz vendas em plataformas digitais como o Whatsapp e o Instagram.
Para conseguir aprimorar suas vendas no ambiente virtual, tanto Juliana Bezerra quanto Maria Rosilene participam do projeto Marketing do Futuro, iniciativa lançada pela Prefeitura do Recife, em parceria com as empresas TDS Company e a Le Fil. O objetivo é permitir que empreendedores acessem um curso gratuito de capacitação para o mercado virtual. Nas aulas, os participantes são ensinados conceituação de marketing digital, mudança de mentalidade, planejamento, mentoria com Sebrae e incubação digital na plataforma de marketplace do Magalu.
“Não é um projeto, é uma nova teoria que a gente está colocando para que as empresas apliquem. Uma das principais preocupações dessa teoria é que se meça resultados, impactos, ou seja, que de fato o marketing venha atrair resultados de negócio para os empreendedores. Então, deixa de ser apenas uma questão de visibilidade, mas uma visibilidade que dê retorno concreto para aquela empresa. O Marketing do Futuro tem todo um conjunto de questões que vai levar o marketing a ser mais assertivo”, explicou Rosário Pompéia, uma das idealizadoras do Marketing Digital, junto com o fundador e cientista-chefe da TDS Company, Silvio Meira.
Para aqueles que, como Maria Rosilene e Juliana, desejam adquirir competências no mercado digital, conforme informado pela Prefeitura, as vagas estão abertas para empreendedores que atendam aos seguintes critérios: não serem Microempreendedores Individuais (MEI), possuir CNPJ ativo, estar situados no centro do Recife, estar disponíveis para participar do curso de forma virtual durante o período estipulado e manter ativas as suas redes sociais.