Meta usa inteligência artificial para segmentar ainda mais os anúncios – Portal iG
iG MailiG MailPor Dimítria CoutinhoDimítria Coutinho atua cobrindo tecnologia há cinco anos, se dedicando também a assuntos econômicos. Antes
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Dimítria Coutinho
Dimítria Coutinho atua cobrindo tecnologia há cinco anos, se dedicando também a assuntos econômicos. Antes de trabalhar no iG, era repórter do Ada, um portal de tecnologia voltado para o público feminino. É jornalista formada pela Universidade de São Paulo com passagem pelo Instituto Politécnico de Lisboa.
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A Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentou nesta quinta-feira (11) uma série de novidades utilizando inteligência artificial (IA) para ajudar anunciantes a chegarem ao público desejado. Entre elas, está a possibilidade de segmentar anúncios com uma ajuda extra dos sistemas de IA da empresa.
As novidades fazem parte do Advantage+, programa da Meta que ajuda empresas a criarem e distribuírem anúncios com uso de IA. Para alcançar mais pessoas e, portanto, mais clientes, o sistema de inteligência artificial vai determinar quais pessoas (usuários do Facebook e Instagram, por exemplo) são mais propícias a se interessarem por determinado anúncio.
Atualmente, a Meta permite que as empresas escolham seu próprio segmento. Uma marca masculina de chuteiras, por exemplo, pode escolher anunciar para homens de 18 a 35 anos que gostam de futebol, englobando essas três categorias (gênero, idade e preferências). Com a novidade anunciada nesta quarta, a própria inteligência artificial vai determinar quem vai se interessar por esse anúncio.
Dessa forma, a empresa dá sugestões de públicos de interesse, enquanto a inteligência artificial escolhe pessoas fora dessas sugestões se achar que elas estarão interessadas e com probabilidade de conversão.
A Meta não especificou como vai determinar as pessoas que estarão interessadas em determinado anúncio, mas essa tarefa provavelmente será executada com base nos dados de navegação dos usuários nas redes sociais, dando um passo além do uso comercial de informações pessoais.
A ferramenta está em fase de testes e deve ser expandida a mais anunciantes nos próximos meses. Por enquanto, a Meta não revelou qual tem sido a taxa de sucesso da IA.
O resultado esperado pela empresa são anúncios cada vez mais segmentados, atingindo clientes com gostos específicos, mesmo que eles não se relacionem com os grupos demográficos dos quais fazem parte.
Atualmente, uma das grandes preocupações em torno de sistemas de IA é a reprodução de viéses existentes na sociedade, como racismo e machismo. Há casos, por exemplo, de anúncios de determinadas vagas de emprego serem distribuídos apenas para homens porque, historicamente, se tratavam de profissões mais ocupadas por homens – o que ajuda a perpetuar o problema.
Ao usar inteligência artificial para determinar a segmentação de anúncios, é possível que viéses sociais como esse sejam reproduzidos pelas máquinas.
Uma reportagem do portal iG de 2021 revelou, por exemplo, que o Google usa um sistema de inteligência artificial tendencioso para determinar o gênero dos usuários que decidem não revelar essa informação. Se uma pessoa pesquisa muito sobre futebol e tecnologia, por exemplo, o algoritmo entende que se trata de um homem e começa a direcionar à pessoa anúncios destinados ao público masculino.
No anúncio desta quinta-feira, a Meta prometeu não apenas auxiliar empresas com anúncios, mas também criar melhores experiências para as pessoas.
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