O legado financeiro que se iniciou 15 anos atrás com o Bitcoin – Suno Notícias
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Em 31 de outubro de 2008, o mundo foi silenciosamente apresentado a uma inovação que viria a ser uma das maiores revoluções financeiras do século 21. Nessa data, um tal de Satoshi Nakamoto – que ninguém ainda sabe quem é – publicou o whitepaper intitulado “Bitcoin: Um Sistema de Dinheiro Eletrônico Peer-to-Peer”.
Este documento de nove páginas não apenas introduziu o conceito de Bitcoin, mas também lançou as bases para a tecnologia blockchain, que hoje sustenta um mercado de mais de um US$ trilhão de dólares e representa uma revolução em diversos setores da nossa economia.
O desenvolvimento do Bitcoin ocorreu em um contexto muito importante da história recente. Em 2008, os Estados Unidos viu ser deflagrada uma das crises mais intensas de sua história, após uma farra generalizada em cima do mercado imobiliário. O efeito cascata quebrou de pequenas instituições a bancões – Rip Lehman Brother –, mas também afetou setores importantes de matéria-prima e construção.
Com o desemprego crescendo e empresas falindo, ficou nítido que o dinheiro das pessoas não era, de fato, delas. Todos os valores monetários estavam nas mãos de instituições financeiras que estavam especulando com o dinheiro e propriedades alheias.
É aí que o Bitcoin é idealizado. Como uma forma bem disruptiva mesmo! Chega de delegar nossas economias a alguém de terno e gravata atrás de uma mesa. Era hora de devolver o poder do dinheiro a quem é de direito. Eis que surge, então, a primeira criptomoeda, uma moeda digital e 100% descentralizada, em que a própria comunidade e seus usuários se tornam responsáveis por sua manutenção.
Para além de uma nova unidade monetária global, o Bitcoin trouxe dentro de sua mochila uma tecnologia incrivelmente inovadora e que respondia a principal dúvida das pessoas: Como garantir segurança e valor da criptomoeda em um ambiente totalmente descentralizado?
E essa pergunta não ficou sem resposta. Afinal, era a blockchain que estava por trás de todo o funcionamento da rede baseada em Proof-of-Work (PoW). A partir disso, o mundo se deparou também com uma tecnologia sólida e praticamente incorruptível, abrindo espaço para diversas outras soluções não mais apenas para o sistema financeiro, mas para todo um ecossistema econômico, como tokenização de ativos, smart contracts, rastreio da cadeia de suprimentos, e por aí vai.
Assim, ao longo dos últimos 15 anos, o Bitcoin tem sido um catalisador para uma série de inovações. A criptomoeda desafiou a noção tradicional de dinheiro e abriu caminho para o desenvolvimento de milhares de outras moedas digitais, enquanto sua tecnologia base conquistou as grandes corporações.
Não é de se surpreender que, ao falar sobre o mercado de criptomoedas, o Bitcoin é o assunto mais desenvolvido. Estamos falando da primeira – e talvez mais sólida – moeda digital do mundo. A realidade é que, antes desse ambiente estruturado – mas ainda em desenvolvimento – o setor viveu mudanças significativas, buscando um amadurecimento constante.
O gráfico acima mostra toda a trajetória de formação não só de um mercado abrangente, mas também do próprio desenvolvimento tecnológico. Na reta final de 2023, um passo interessante foi dado na “meta” de abraçar o investimento institucional em larga escala.
BlackRock, Fidelity, Franklin Templeton e muitas outras gigantes arregaçaram suas mangas e, contra a pressão regulatória da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), formalizaram seus pedidos para a liberação de um fundo, regulamentado em bolsa (ETF), de Bitcoin.
Em meio às dúvidas sobre como as autoridades norte-americanas vão se comportar, a realidade é que o Bitcoin e as outras criptomoedas deixaram de ser uma narrativa bonitinha e agradável. Ela, na verdade, está cada vez mais presente e sendo desenvolvida dentro das grandes empresas, sejam elas do setor financeiro ou não.
Uma década e meia depois da publicação de seu whitepaper, o Bitcoin continua a ser um dos experimentos financeiros mais incríveis e disruptivos do nosso tempo. E poder viver essa revolução tão de perto assim é um privilégio!
Embora muitos passos ainda precisem ser dados em nossa sociedade para um ambiente financeiro e tecnológico mais justo, fato é que o legado criado por Bitcoin e Satoshi Nakamoto está em plena e rápida construção. No próximo aniversário, quem sabe a gente não volta aqui para comentar mais uma solução que este universo criptográfico nos proporcionou, hein!?
Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.
Um dos grandes nomes de criptomoedas no Brasil. Empreendedor, formado em administração de empresas e especialista em investimentos com criptoativos, fundou o grupo Foxbit em 2014. Hoje está à frente da Foxbit Invest, a primeira e maior mesa de operações do Brasil. João se dedica, a mais de 8 anos, a ajudar pessoas a conquistar a tão almejada liberdade financeira, simplificando o acesso à cripto economia através da Foxbit, com projetos educacionais e produtos / serviços acessíveis, seguros e de fácil entendimento a todos.
Nos últimos mais de dez anos, o que mais aprendi na minha vivência é que o mercado odeia, rejeita, detesta – e qualquer outro adjetivo que você queira usar – incerteza…
A quantidade de vezes em que alguém me questionou ou até mesmo chegou afirmando que criptomoedas e blockchain são lar de criminosos talvez seja a mesma que o filme “Hi…
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