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‘O mercado de infraestrutura digital da América Latina está … – BNamericas

A Solomon Partners, empresa de consultoria financeira com sede em Nova York e desde 2016 uma afiliada independente do

‘O mercado de infraestrutura digital da América Latina está … – BNamericas

A Solomon Partners, empresa de consultoria financeira com sede em Nova York e desde 2016 uma afiliada independente do grupo francês Natixis, está otimista com a dinâmica do segmento de infraestrutura digital da América Latina.
Fundada em 1989 como uma das primeiras empresas privadas de investimento bancário independente em Wall Street, a empresa evoluiu ao longo do tempo para se concentrar na consultoria de fusões e aquisições, investimentos privados e movimentações financeiras relacionadas.
O grupo afirma ter prestado consultoria em centenas de negócios envolvendo US$ 200 bilhões em 15 setores, como varejo, finanças, energia e renováveis, infraestrutura e telecomunicações, inclusive na América Latina.
A Solomon foi a consultora financeira, entre outros exemplos, da aquisição da KIO Networks pela I Squared Capital no final de 2021, e da venda da divisão UCI Brasil da Viacom para a National Amusements.
Nesta entrevista, Irtiaz Ahmad, diretor executivo de telecomunicações da Solomon Partners, fala sobre as perspectivas para a região.
BNamericas: Qual a sua opinião sobre o cenário de infraestrutura digital e de telecomunicações da América Latina?
Ahmad: Eu dividiria isso em algumas categorias diferentes, dentro das classes de ativos.
A mais antiga é a das torres, que ainda estão ativas. Tem havido muita atividade na última década, com as plataformas mais estabelecidas, além de algumas das plataformas independentes que já estavam atuando.
Continuamos vendo algumas das empresas de telecomunicações da região fazendo operações de “sale and leaseback”, vendendo seus portfólios de torres, embora isso esteja, de certa forma, consolidado e competitivo no momento.
Embora possamos pensar que há muito crescimento e oportunidades abundantes, é algo que na mentalidade dos investidores já é um foco. É um mercado bastante equilibrado e vemos alguns participantes ativos na região.
BNamericas: E quanto aos datacenters?
Ahmad: Vale destacar a expansão de diversas plataformas de escala. O Brasil e alguns outros mercados têm experimentado um crescimento contínuo com os hiperescaladores levantando bandeiras e se expandindo nesses mercados.
Isso só mostra o potencial de crescimento desta região e o que os hiperscaladores estão planejando em termos de implementações de capacidade adicional em mercados como o Brasil, a Colômbia e o México, entre outros locais.
Continuamos monitorando algumas novas entradas no segmento de datacenters na América Latina, incluindo o desenvolvimento de diversas operações internas de datacenter de telecomunicações que podem entrar no cenário independente. Pode haver algo para fazer por lá.
Também existem conversas sobre alguns dos ativos legados de empresas que poderiam estar à venda. Eles poderiam ser implementados em plataformas existentes ou formar os ativos iniciais para uma nova plataforma.
E há outras plataformas independentes que estão sendo desenvolvidas. Seja no México ou no Brasil, continuamos vendo novos desenvolvimentos em todas essas regiões no momento.
BNamericas: Também sob uma perspectiva de datacenters de borda?
Ahmad: Essa é outra coisa a ser mencionada em relação aos datacenters: o foco adicional em mais implantações de borda na região. Vimos o desenvolvimento do espaço de datacenter de borda nos EUA e na Europa, e isso ainda está no início na América Latina. Mas é definitivamente algo, um tema de conversa para uma nova área de expansão.
A última coisa a mencionar sobre datacenters é o desenvolvimento não só de equipes de borda, mas de equipes mais centradas em conectividade que estão começando a atuar em salas de reuniões, em comitês de investimento, vinculadas a pontos de conexão de cabos para a borda submarina e nos principais nós metropolitanos, onde as rotas de fibra se cruzam para os hubs de interconexão.
As equipes estão tentando seguir um pouco da estratégia de “roll-up” ou “build-out” na região, para plataformas que vimos nos EUA, na Europa e em outros mercados.
Isso se assemelha um pouco às empresas Cologix ou Interaxion. Não vimos uma plataforma orientada para interconexão na América Latina, mas fala-se em expandir ativos ou construir ativos para desenvolver uma plataforma semelhante a essa.
Isso seria um pouco diferente das plataformas orientadas para hiperescala, como as da Odata ou Ascenty.
BNamericas: O que você pode dizer sobre as negociações sobre fibra?
Ahmad: Há muita coisa acontecendo em termos de joint ventures, com empresas como a Telefónica estabelecendo várias joint ventures com a KKR, por exemplo. Estamos vendo um foco contínuo das telcos em termos de como elas pensam sobre a alocação de capital e a sofisticação de fazer essas joint ventures.
Essas joint ventures não são mais algo que assusta as pessoas. Esse modelo está sendo adotado com entusiasmo, no que se refere ao acesso ao capital e à capacidade de fazer isso de uma maneira mais escalonada, com esses grandes investidores institucionais, fundos de infraestrutura e fundos de pensão que têm uma compreensão particularmente boa do mercado e querem ir além. E querem fazer isso com um grande parceiro, alguém que conheça o mercado.
Então, no plano terrestre, existem as parcerias maiores que acabamos de discutir. Também continuaremos vendo vários players internacionais olhando para a região e explorando diferentes formas de operar nela, tanto estratégicas internacionais quanto de private equity internacional.
O aspecto final diz respeito à fibra submarina, que ainda transporta 99% do tráfego mundial.
BNamericas: O boom dos cabos submarinos.
Ahmad: O interessante é que os sistemas que hoje conectam a maior parte da América Latina, seja com os EUA ou outros mercados, foram construídos, em sua maioria, nos primeiros dias da implantação da fibra submarina, no final da década de 1990, início da década de 2000.
Estamos vendo alguns desses sistemas congestionados com tráfego. Eles têm quase 24, 25 anos, o que é, em geral, o tempo de vida deles. Alguns desses sistemas estão chegando ao fim de sua vida útil fisicamente, alguns deles já estão congestionados devido à capacidade, outros não são capazes de suportar as baixas latências exigidas pelo tráfego de dados atual.
Os poucos sistemas novos que existem, que foram construídos ao longo dos últimos cinco, seis, sete anos, não estão exatamente nas mesmas rotas que alguns desses sistemas que precisam ser substituídos.
Você tem conectividade do Brasil com a Europa e os EUA, mas não tem o mesmo nível de conectividade com outras partes do mercado. E isso ocorre no lado oriental e, particularmente, no lado ocidental.
Estamos vendo plataformas independentes discutindo rotas de fibra submarina, sejam elas diretas entre EUA-Caribe-América Latina ou EUA-América Latina.
No lado ocidental, há muitas negociações, em especial se considerarmos as questões geopolíticas em torno da Rússia e da China. Os sistemas vêm do Japão, da Austrália ou do caminho da Ásia através do Pacífico e até a costa ocidental da América Latina, para mercados como o Chile e alguns outros que estão particularmente em foco neste momento.
Em suma, o mercado de infraestrutura digital da América Latina está incrivelmente ativo no momento.
O primeiro caso de teste das torres, sendo o primeiro para investidores institucionais dos EUA e da Europa, foi bem sucedido. Vimos na última década um fluxo adicional de capital na forma de datacenters e fibra. E a área mais recente é o contínuo aumento de interesse nos cabos submarinos nos últimos 12 a 18 meses.
Isso se deve à natureza específica das restrições de capacidade e de investimentos da implantação de infraestruturas nas costas leste e oeste da América Latina.
BNamericas: Outro local da região – além do Brasil, México, Colômbia e Chile – poderia enfrentar esse desafio e se tornar um polo de infraestrutura digital?
Ahmad: A Colômbia é um foco no momento, eu diria, entre todos os mercados que você mencionou. O Brasil já está estabelecido. A maior parte desse mercado continua crescendo devido à disponibilidade de energia, terra e fibra, além da densidade populacional no Brasil, a concentração em cidades e regiões metropolitanas costeiras.
A Colômbia, na costa oeste da América Latina, se tornou um ponto ativo. O país começou a atrair atenção nos últimos 12 a 24 meses em termos de novas implantações no mundo dos datacenters entrando em operação.
Entre outros lugares onde vemos muito mais interesse está o Chile, quando se trata de captação de população na costa sul e oeste. A Argentina é, obviamente, uma grande base populacional, uma grande base comercial, mas temos visto hesitações por parte de investidores institucionais dos EUA e da Europa.
E então, só para falar do Caribe, há foco em alguns mercados de lá. Menos do ponto de vista dos datacenters. Na América Central e no Caribe, o foco tem sido o investimento contínuo em fibra,  fiber-to-the-home e acesso a cabos submarinos, que mencionamos. Essa é uma região que está carente de capacidade e requer alguns novos sistemas, nova diversidade de rotas, nova capacidade e novas tecnologias de latência.
A Cidade do México continua em crescimento, a região de Querétaro continua se desenvolvendo. Um mercado em desenvolvimento inicial é a Guiana, e há um foco no país, dado seu potencial de desenvolvimento.
BNamericas: Em que sentido?
Ahmad: A Guiana fica sobre uma das maiores reservas de petróleo do mundo, que só foi descoberta recentemente e começou a ser extraída nos últimos dois anos.
Portanto, ainda é muito cedo, mas temos visto o desenvolvimento de mercados semelhantes no Oriente Médio e na Ásia, onde temos estes recursos naturais e isso promove um certo nível de migração, de crescimento populacional, maior densificação das áreas metropolitanas urbanas. Com isso, surge também a necessidade de fibra adicional e infraestrutura digital mais ampla. É fenomenal.
A Guiana é um mercado com uma população de menos de 1 milhão de habitantes, mas se houver um crescimento populacional contínuo, um crescimento comercial contínuo… Muitos desses negócios são de infraestrutura crítica, que exigem muitos dados e tráfego de dados. Esperamos ver um foco adicional na Guiana como mercado.
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