OPINIÃO: Vivemos a era do AI Washing? O que é e o que não é inteligência artificial – Pipeline
Por Fabiano Droguetti* — São Paulo 29/10/2023 11h09 Atualizado 30/10/2023 Após o boom do ChatGPT, a Inteligência Artificial (IA)
Por Fabiano Droguetti* — São Paulo
Após o boom do ChatGPT, a Inteligência Artificial (IA) passou a ser o assunto quente do momento. Mesmo sendo um amplo leque de ferramentas úteis para o desenvolvimento de atividades do cotidiano das empresas, seu entendimento ainda é incerto, o que possibilita que companhias se aproveitem do ‘hype’ para vender seus produtos afirmando que suas ofertas envolvem IA quando, na verdade, não o fazem ou a conexão com essa tecnologia é mínima. Trata-se do “AI Washing” ou uma “Lavagem de IA”.
É preciso explicar que nem toda aplicação atualmente utiliza uma tecnologia de inteligência artificial por trás. Muitas vezes, o que ocorre são processos de Business Intelligence (BI), Big Data, entre outros. Vou dar um exemplo: ao criarmos um dashboard em um banco de dados em que os parâmetros estabelecidos são a curva de vendas da minha empresa na região Sudeste, podemos utilizar, neste caso, um bom BI para análise dos interessados.
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Na aplicação de uma IA, eu vou inserir todos esses dados na ferramenta e o software faz sua análise, aprendendo padrões. Ela faz uma leitura própria e cria sua curva de aprendizado em cima daqueles dados, sendo mais flexível, certeira e ampla.
Mas então, o que seria, de fato, IA? Segundo alguns dos principais cientistas atuais, como Yann LeCun, Yoshua Bengio e Geoffrey Hinton, trata-se “da capacidade de uma máquina para reproduzir competências semelhantes às humanas, como é o caso do raciocínio, a aprendizagem, o planejamento e a criatividade”.
No mercado financeiro, podemos exemplificar esse conceito na identificação de transações fraudulentas, que evita prejuízos financeiros imediatos e/ou qualquer desperdício de investimentos em produtos ou serviços que não entreguem o resultado esperado ao serem aplicados para determinadas funções.
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Por outro lado, o software padrão precisa de uma definição de entrega muito bem estabelecida para ser realizada. Com a IA, você estabelece os parâmetros e modelos de aprendizado e, a partir daqueles padrões, a própria ferramenta aprende com o acúmulo de dados e te apresenta soluções ou desvios possíveis.
Na CSU, contamos com o HAS (Hiper Automation Solution), uma solução que estrutura e facilita a automação de processos operacionais. Com o fluxo das informações na plataforma, a IA pode identificar gargalos ou pontos de melhoria em diversos fluxos, trazendo benefícios importantes em qualidade e custos.
Em adição recente, incorporamos modelos de IA para a identificação de transações de débito ou crédito suspeitas de fraude. Com a automação, interagir com o cliente para confirmar ou não a transação e, com uma análise de perfil do cliente, volume de compras, necessidade específicas do período – entre diversos fatores – evitar perdas.
Com isso, conseguimos ser mais certeiros e precisos na definição do que realmente é uma fraude, sem gerar atritos desnecessários com o cliente, além de identificar fraudes com padrões muito mais complexos. Somado a isso temos toda a automação nos processos de análises que permite encurtar significativamente o tempo de resolução, aumentando a eficácia em cerca de 98%.
O termo é atual, vendedor e, sem dúvida alguma, vai ajudar muito no desenvolvimento e crescimento das empresas, sendo cada vez mais inevitável a popularização desse tipo de tecnologia. Mas seu uso indevido ou o desconhecimento sobre as finalidades e potencial que ela possa ter pode desqualificá-la e não trazer resultados efetivos para as companhias.
Como toda novidade com potencial disruptivo, é preciso que os executivos entendam, ainda que superficialmente, os conceitos da tecnologia e, com isso, definam qual rumo querem seguir e o que precisam em suas empresas, para não gerar frustrações do uso da IA ou até perdas com os investimentos realizados.
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As soluções baseadas em IA serão muito importantes nas relações das empresas com todos os stakeholders, pois vão desenvolver uma maior eficiência de processos e criar um impacto muito positivo na experiência destes players, visando uma melhor interação com as prestadoras de serviços e o consumidor final.
A inteligência artificial é atual e, sem dúvida alguma, irá ajudar diversas corporações entregar mais e melhor seus serviços e produtos, mas entender o que é IA é primordial. Principalmente para não cair na onda do “AI Washing”.
* Fabiano Droguetti é Chief Operation Officer (COO) da CSU Digital
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